segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ROUBO RELATIVO

Manchete de Ontem: Roubo de informações é maior problema de segurança na América Latina.

Como diriam meus amigos paulistanos, "eu mais ou menos desencanei dessas paradas de senhas e passwords, meu." Por diversos fatores somos súditos do Grande Irmão orwelliano - uso a expressão em português porque já conseguiram dar demais significados ao Big Brother. 

Como "roubar", ou "furtar" algo que não nos pertence por completo? Toda nossa senha particular é dividida com um sistema oficial ou, como lemos na notícia, com um hacker. Quanto a hackers, acho que até fiz uma comparação com piratas, bucaneiros e ranas do nosso antigo grande British império, mas creio que a frase exata se perdeu nesses botecos da vida. Seria uma espécie de: "Então, ó malvados hackers, achai-vos para nós uns tesouros secretos por aí; cada quantia ou informação ajudar-nos-á significativamente." E demais variantes. 

Já invadiram minhas caixas postais eletrônicas, minhas páginas de rede social; já me inscreveram em um site de relacionamentos esquisitaço, já me mandaram avisos de dívidas bancárias com bancos que jamais tive conta, bem como me disseram que eu tinha uma grana para receber... em Lagos, na Nigéria. E ainda sobrevivo. Como diria aquela filósofa famosissíma, Clarice F. Abreu, as nossas vidas são um site aberto.

Digo, "mais ou menos" porque, vai quê, aquele honrado trabalhador volta do trabalho para chegar a seu apartamento, ali na Prado Júnior, quase na esquina com a Barata Ribeiro, Copacabana, Brasil. Encontra uns amigos que estão tomando um chope e comendo um sanduíche no Cervantes. Ele aceita passar uns minutinhos ali, conversa vai, conversa vem, não percebe a mensagem no celular. Despede-se após 3 chopes dispensando o sanduíche porque almoçará em casa. Dá uma olhada em seu celular esperto e vê que tem mensagem da esposa... no facebook: "Amor, jah ta vindo p casa, onde vc tá?" Para não perder tempo, responde logo: "Estava no Cervantes aqui, mas estou quase na portaria do prédio". E envia... exatamente em frente à Boite Cicciolina. Adamastor Luciano esteve em Copacabana, na Boite Cicciolina S/A, se divertindo como nunca, mas pedindo seu drink de sempre. O Fone, esperto que só, confirma a localização. O desenrolar da história terá a possibilidade ser visto nas páginas policiais dois ou três dias depois.

São os riscos da conectividade. E se acontecer conosco

Itaipava, 14 de dezembro de 2012.

OBS: Para maiores informações sobre Cicciolina: google.  

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