"Papel de Bala" reúne 206 embalagens de bombom e chiclete, em http://migre.me/3U4ms
Acabava de almoçar e gritava pra mãe: “me dá dinheiro pra comprar chiclete?”. Chegava serelepe na vendinha e me abastecia de Plocs, Ping Pongs e um ou outro Babaloo. Volta e meia, com a borrachinha já sem gosto, enfiava outro na boca sem jogar o anterior fora. Lembro da dor lancinante de mascar 4 chicletes ao mesmo tempo.
Esses eram os preferidos de todo dia – vai ver, porque duravam mais. Nas viagens de carro, meu pai fazia um arsenal da Kids: balas de leite (as que eu gostava mais) e balas soft (aquelas coloridas que diziam que crianças não podiam comer porque morriam engasgadas). Íamos chupando bala e ouvindo fitas no rádio: uma do Trem da Alegria, outra do Paulinho da Viola; uma da Xuxa, outra da Elis Regina. Quando o estoque acabava antes do destino chegar, havia uma parada estratégica em alguma banquinha da estrada. Até hoje, não consigo olhar pras de maçã verde e de amendoim sem pensar no meu pai exclamando, ironicamente, “isso é que é bala boa”. Tinha, ainda, as macias e docinhas balas de banana comidas em Ubatuba.
No cinema, eu sempre comprava aquele chiclete compridinho, que eu chamava de Azedinho Doce. Não sei se o nome é esse mesmo. Era o melhor de todos. Eu acho que só tinha pra vender no cinema, assim como os Chicletes, com embalagem de sorrisão e aqueles quadradinhos de mascar tão pequenininhos. Era mais pela diversão, porque o sabor não era dos melhores. Tal como os chicletes que a gente comprava no Paraguai, que vinham numa espécie de régua e eram em forma de bolinhas. Três segundos e não tinham gosto de nada, mas, ah, eles eram redondos! Eram dignos de amor.
Além deles todos, as balas de canela e de iogurte dos tempos do segundo grau e, é claro, aquelas de menta e cereja com recadinhos na embalagem. Foi assim que eu dei meu primeiro beijo: o rapazinho me mandou dois papéis de bala, no cinema, pra então vir sentar ao meu lado. Caramelos de chocolate e doce de leite vão sempre me lembrar do meu avô, que, depois de adoecer, mantinha um pote ao lado dele na sala.
Eu podia ainda falar dos chocolates Surpresa, dos cigarrinhos de chocolate ou das moedas de chocolate da Pan. Dos dadinhos Diziolli, que os cariocas nunca ouviram falar, ou dos guarda-chuvinhas de chocolate – que encontramos em Curitiba muitos anos depois. Aquele um quilo e meio de doce rendeu uma das piores crises de enxaqueca da história (quando aprendi com a minha mãe número dois que “isso é fígado, minha filha!”). Das balas Garoto de hortelã, dos malucos que comiam Valda como bala, mas, bem, eu comia até homeopatia como bala.
Deve ser por isso tudo que eu fiquei tão contente quando dei de cara com a chamada, ontem, na home da Folha Online: "Papel de Bala" reúne 206 embalagens de bombom e chiclete. Vai até 20 de março. Se eu morasse em São Paulo, não ia perder por nada. Tou cogitando até pegar o carro e ir. Compro umas balas e vou ouvindo uns CDs do Paulinho da Viola e da Elis Regina.
Pirulito do Zorro com gosto de coco, aquela bala de morango que tinha o papel q parecia um morango, cortar a língua com aquela bala de hortelã retangular, halls sempre a postos na adolescência caso pintasse uma chance de beijinhos, bala preta holandesa e muito RUIM...
ResponderExcluirNossa, me veio um filme adocicado na memória agora ao ler este texto.
ResponderExcluirEsse mencionado "azedinho" eu acho a cara de cinema até hoje...gosto muito. =D
Ahhhhh...doces lembracinhas!
muito bacana a matéria e o texto! é sempre bom e nostálgico relembrar a infância!
ResponderExcluirMinha bala preferida é aquela azedinha de temarindo. Gostei muito do seu pai!
ResponderExcluirUm beijo!
Essa embalagem do sorrisão era a mais top, adorava ficar vendo os chicletinhos coloridos dentro dela.
ResponderExcluirÉ engraçado, hoje eu nem ligo mto pra bala, só o sem gracissima Halls, quando muito.
=/
Foi bom relembrar, junto com você, histórias que vivemos "juntas". ^^
Lembro do chiclets q explodia na boca!!!
ResponderExcluirColocar o saquinho td na boca e tomar coca-cola era como um vulcao em erupção hahaha mto divertido!!
Eu comi tanto doce na infância q hj em dia não como nem bolo de aniversário!!
O que fizeram com o "Azedinho Doce" ? Tô com uma lombriga imensa há meses...
ResponderExcluirE os chicletes em forma de ovinhos de dinossauro?? Compro até hj! Trem da Alegria e Xuxa não vão entrar na playlist?? Logo entrarão!
ResponderExcluirVc, sempre genial...
Esse post tem sabor de bons tempos... gostoso de se ler.
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