É chocante ver a notícia do pequeno Ah Long, notar a recusa de adultos de cuidar de um menino de 6 anos e da necessidade de ser auto-suficente tão jovem. Porém, me questiono quantas crianças não são tratadas da mesma forma de maneira velada aqui no Brasil. Vivemos nessa sociedade vestida de hipocrisia, que mantém seus preconceitos escancarados como uma boca cheia de dentes.
Cresci com tios e vizinhos HIV positivos e me recordo de como meu pai me ensinou com o personagem "Zé Vampir" da Turma da Mônica, que o contato pessoal e social não era proibido com pessoas portadoras do vírus, o que não podia era relação sexual sem camisinha (eu tinha 7 anos), não podiamos compartilhar seringas, materias cortantes, alicates de cutícula e etc, para um pai de primeira viagem em meados da década de 90, eu achei que foi um grande trabalho, afinal, ele não me proibiu de brincar com primos e amigos que talvez portassem o vírus da AIDS.
Quando minha tia morreu em 2006, todos de sua vizinhança descobriram que ela e seu marido portavam o vírus e a primeira que coisa que todo o bairro fez- ao invés de se mostrar solidário ao luto- foi trancar suas portas, evitar toda a família, inclusive os filhos e netos da minha tia, que tinham seus exames de HIV negativos.
Ao contrário da China, que é um país comunista, que não permite a livre disseminação de conhecimento, vivemos em um país que se orgulha de ser democrático e possuimos um dos melhores tratamentos para o vírus da AIDS do mundo, mesmo assim lidamos mal com o maior problema que a doença causa, o preconceito, esse mal ainda não estamos nem perto de sanar.
Mesmo não mantendo nossas crianças soro positivo afastadas, será mesmo que pais e mães daqui não aconselham seus filhos a discriminá-las, como forma de prevenção e combate a transmissão da doença?
Ou mesmo a crueldade inerente às crianças, sendo elas brasileiras ou não, não faz com que elas afastem aquilo que lhe são diferente?
Aqui e no mundo, o maior problema causado pelo vírus, ainda esta à solta e muito forte, ainda somos fonte de preconceito e discriminação para crianças e adultos e não estamos nem perto da tão sonhada cura para vírus e preconceitos.
E aí, a quantas anda seu preconceito?
Cresci com tios e vizinhos HIV positivos e me recordo de como meu pai me ensinou com o personagem "Zé Vampir" da Turma da Mônica, que o contato pessoal e social não era proibido com pessoas portadoras do vírus, o que não podia era relação sexual sem camisinha (eu tinha 7 anos), não podiamos compartilhar seringas, materias cortantes, alicates de cutícula e etc, para um pai de primeira viagem em meados da década de 90, eu achei que foi um grande trabalho, afinal, ele não me proibiu de brincar com primos e amigos que talvez portassem o vírus da AIDS.
Quando minha tia morreu em 2006, todos de sua vizinhança descobriram que ela e seu marido portavam o vírus e a primeira que coisa que todo o bairro fez- ao invés de se mostrar solidário ao luto- foi trancar suas portas, evitar toda a família, inclusive os filhos e netos da minha tia, que tinham seus exames de HIV negativos.
Ao contrário da China, que é um país comunista, que não permite a livre disseminação de conhecimento, vivemos em um país que se orgulha de ser democrático e possuimos um dos melhores tratamentos para o vírus da AIDS do mundo, mesmo assim lidamos mal com o maior problema que a doença causa, o preconceito, esse mal ainda não estamos nem perto de sanar.
Mesmo não mantendo nossas crianças soro positivo afastadas, será mesmo que pais e mães daqui não aconselham seus filhos a discriminá-las, como forma de prevenção e combate a transmissão da doença?
Ou mesmo a crueldade inerente às crianças, sendo elas brasileiras ou não, não faz com que elas afastem aquilo que lhe são diferente?
Aqui e no mundo, o maior problema causado pelo vírus, ainda esta à solta e muito forte, ainda somos fonte de preconceito e discriminação para crianças e adultos e não estamos nem perto da tão sonhada cura para vírus e preconceitos.
E aí, a quantas anda seu preconceito?
Nossa, Mayume! Que notícia mais triste e chocante!
ResponderExcluir=/
É fácil julgar o "método" de um país como a China, mas realmente não sei como os brasileiros se comportariam em uma situação semelhante.
Por mais que as escolas sejam obrigadas a aceitar a matrícula das crianças, já li por aí casos de crianças que não queriam ir para escola devido ao preconceito que sofriam nas aulas.
E o preconceito parte é dos pais dos colegas, dos professores, pessoas que deviam estar orientando os alunos a serem pessoas melhores, mas que os orientam a fechar os olhos para as orientações da ciência.
É triste, e complicado... a humanidade é preconceituosa, mas os chineses tem a desculpa da falta de informação...
Aproveito para recomendar o blog http://umavidapositiva.blogspot.com/ escrito por um soropositivo, muito bacana.
Muda o nome do país porém a hipocrisia e o desrespeito com o ser humano permanecem inalterados. No caso do Ah Long o único 'amigo' que continua com ele é um cachorro. É assustar pensar que um animal é capaz de fazer um papel que o próprio ser humano que se diz superior a todas as raças não é capaz.
ResponderExcluirBem legal esse blog que a Ana recomendou.
ResponderExcluirAcho que ainda veremos algumas mudanças nisso, mesmo que sejam bem sutis... Não creio que seja possível que a ignorância sobreviva por tanto tempo.
levando em consideração o preconceito e o desrespeito com que são tratados idosos, nordestinos, homossexuais, portadores de HIV (e de tantas outras doenças) e portadores de qualquer tipo de necessidade especial nesse país, não me espanta se algo do tipo já esteja acontecendo aqui em terras tupiniquins, longe do conhecimento do grande público.
ResponderExcluira humanidade ainda precisa comer muito arroz com feijão pra aprender a lidar com as diferenças, engolir o preconceito e hipocrisia pra, a partir daí, pensar em melhorar.
por isso, discussões como esta são tão importantes.
parabéns, Mayume.
Matéria comovente, texto bem pertinente.
ResponderExcluirÉ colocar o dedo na ferida de uma sociedade pseudo-pós-moderna cercada de um moralismo barato.
Triste aceitar que em pleno século XXI a desinformação ainda seja motivo para tamanha desumanidade.
Ps.: Parabéns pelo texto, Mayume.
Bjim.
@ChrisRibeiro
Notícias assim são tenebrosas. Achei uma grande sacada a comparação entre a - suposta - liberdade democrática de nosso país e o cerceamento cultural que países como a China impõe a seus cidadãos. Diante desse quadro, o nosso "preconceito-brasilis" não seria ainda mais imbecil e condenável?
ResponderExcluirP.S.: Gostei da minha vizinha das terças-feiras!
:)
esses dias estava assistindo o fantástico e fiquei pasma de saber como as pessoas ainda são desinformadas sobre isso. Achar que se pega com aperto de mão é coisa do século passado. Mas o preconceito é isso mesmo, nasce da ignorância.
ResponderExcluir=*