domingo, 20 de fevereiro de 2011

Trabalhante rima com brilhante, mas só rima.


Li algo sobre isso aqui: http://migre.me/3UAoF

Ando me deparando com cada Projeto de Lei um mais estranho do que o outro. Afinal, é um deputado mais estranho do que o outro também.

A novidade agora proposta foi uma nova espécie de contrato de trabalho para pessoas entre 16 a 21 anos, matriculadas em qualquer curso regular de ensino com carga mínima de 15 horas semanais, chamada trabalhante, e a falta de criatividade já começa pelo nome...

Fui assistir uma entrevista em que o deputado autor do projeto diz que vai ser uma medida muito interessante para os jovens que possuem dificuldade com o primeiro emprego, que irá ajudá-los criando MAIS oportunidades, ele só esqueceu de mencionar que com MENOS direitos.

O Sr. Deputado diz que o jovem terá remuneração maior do que se fosse um estagiário e uma carga de trabalho menor, mas o pobre do trabalhante deverá ser feito de Adamantium pois não terá direito de sofrer acidentes, e também não gozará o direito de recurso financeiro na hipótese de encerramento da relação de emprego.

Sem contar que quando eu ouço um deputado falando que os jovens hoje em dia não conseguem estudar primeiro, que primeiro trabalham, me dá um repúdio ainda maior por esses políticos que nada entendem sobre política e só fazem merdas.

Não conseguem estudar primeiro será por quê?

Na minha humilde opinião o Sr. Deputado está bem mais preocupado em reduzir os encargos trabalhistas para algumas empresas, por alguns motivos óbvios.

Que vergonhoso isso! Como sempre, fala do bonito e esconde o feio.

Sem contar que trabalhante é uma expressão que me soou exaustiva, trabalhar já é cansativo, creio que uma porcentagem mínima de pessoas trabalham com o que realmente gostariam de trabalhar. Estudar é bom, mas nunca deixou de também ser uma atividade cansativa, então...

Mas é isso aí, quero que me provem que isso tudo pode ser legal.

8 comentários:

  1. Laila, alguns deputados, na verdade a maioria invertem cada coisa que destrói a lógica, passa longe da emoção e chega a um delírio intrigante. E ainda acham a melhor coisa do mundo. Eu me amarro, infelizmente, nessa comédia nefasta.
    PS: Perdoem-me, escritores deste blog, pela ausência, é que onde eu moro eu vivo como se estivesse no início do século XX.

    ResponderExcluir
  2. É ruim pro estagiário? Sim, porque perde direitos; e não, porque ele passa a ter um salário maior (na teoria). Ele pode recolher o INSS por conta própria, por exemplo. É como se ele se transformasse num autônomo: não tem direito a férias nem salário desemprego (e não sei como funcionaria 13 salário e férias).

    Mas vou dizer: quando me perguntaram se eu preferia ganhar x pra trabalhar com carteira ou 2x pra trabalhar sem, aceitei rapidamente a segunda opção. Se você tem mais dinheiro, pode conseguir os seus direitos - inclusive economizando pra não trabalhar (e não receber) durante 20 dias ou um mês. Seus direitos continuam existindo, mas é você mesmo quem vai prover, e não o governo.

    Uma lei como essa gera mais empregos - a carga trabalhista impacta especialmente pequenas empresas, que querem mas não conseguem contratar. Eu, particularmente, não acho ruim não.

    ResponderExcluir
  3. Thiago, e bota delírio nisso, viu. hahaha

    ResponderExcluir
  4. Eu não me dou ao trabalho de refletir sobre as leis que demonstram a criatividade dos nossos representantes pq, de modo geral, elas nem mesmo saem do papel.
    Nesse caso, eu acredito que não é uma coisa muito diferente do contrato de estágio... mas não tenho certeza de que entendi mto bem quais são as características específicas do trabalhante... de qq forma, se isso for realmente inventado, ainda é preciso verificar se vai mesmo "pegar" entre as empresas e os estudantes...

    ResponderExcluir
  5. Olha essa aqui: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166

    ResponderExcluir
  6. "Mas é isso aí, quero que me provem que isso tudo pode ser legal."
    Legal tb no sentido jurídico da palavra!
    Não vai ser aprovado e ponto.

    ResponderExcluir
  7. "Ao ser contratado, ao contrario do estagiário, o “trabalhante” não precisa estar estudando, mas para receber o primeiro salário, tem que comprovar a matrícula em qualquer curso com carga horária mínima de 15 horas semanais."

    A ideia é juntar estudante com trabalhador, gerando essa anomalia de trabalhante mas o cara não precisa estudar? Ah, tá. Precisa apresentar a matrícula e nada mais que isso? Mínimo de 15 horas semanais é curso do que? Se o cara terá que estudar de qualquer forma, a figura do estagiário já supre essa demanda. O que eles querem é arrumar escravantes. O estagiário já não tem 13º, uma grande parte não recolhe FGTS e etc., cursam Direito e são contratados para telemarketing, agora esse povo quer mais o que?

    Os deputados que vão gostar dessa ideia porque decerto poderão contratar uns 10 trabalhantes para seus gabinetes.

    ResponderExcluir
  8. "Afinal, é um deputado mais estranho do que o outro também."

    A chave da história toda está aí, rs.

    Mas, falando sério, eu não tinha pensado no ponto que a Letícia levantou... é pra se pensar.

    ResponderExcluir