sábado, 7 de maio de 2011

Coisas de mulher...



http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a3283157.htm




Pois bem; livro feminista é lançado no Brasil. Nada de novo aqui ocorre senão o que já vem acontecendo desde a idade moderna. O simbolo feminino deixou de se ater unicamente (como até Freud propõe) a maternidade. Então; novas formas de subjetivação feminina passaram a mudar todo o contexto social.


As feministas de plantão devem levar em conta as construções subjetivas vigentes na época antes de apedrejarem o pai da psicanálise e convenhamos; dado o contexto, não é tão absurda a ideia de que o gozo feminino se dava na maternidade. Naquela época o gozo feminino do sexo (orgasmo) era entendido como uma “possessão” demoníaca; até mesmo relacionado á infertilidade. Agora, a ciência postula o contrário; o PH dos líquidos envolvidos no processo do gozo estariam em convergência com alto grau de fertilidade. Quanto a esta pesquisa eu não a tenho; e nem precisamos sucumbir à crença por autoridade.


Este é um dos pontos aos quais eu queria chegar: a autoridade. Na constatação anterior, a ciência é ativa no discurso social das “verdades” (embora sejam provisórias). Se levarmos em conta o número de formadas doutoras, escritoras e qualquer outra posição de agente “ativo do discurso”, perceberemos que a mulher tomou uma nova posição em relação à sociedade. Novas formas de subjetivação estão emergindo deste novo contexto, onde a mulher tanto quanto o homem, tem o direito da fala.


N idade moderna, o “feminino” estava intrinsecamente ligado à reprodução. A maternidade era uma instância sagrada; corpo dotado de sofrimento em relação ao seu homem. A idade contemporânea é marcada por esta transição de emblemática do corpo feminino. Da maternidade, o corpo feminino passou a ser o emblema de prazer. Embora isso seja discutível entre indivíduos, isso ainda faz parte de um contrato social; inegável. Me refiro a “ainda” pois não acredito que seja uma verdade real, apenas um simbolismo provisório.


Sem poder afirmar causas ou consequências, até porquê, nem todas as variáveis são passíveis de constatação neste presente texto, entendendo como fatos correlacionais; a mulher passou a ocupar um lugar e simbolo diferente no discurso social. Por experiência empírica, basta olhar para qualquer mídia de promoção que encontraremos tal fato. Usando um exemplo de Alfredo Jerusalinsky, durante uma de suas palestras; uma propaganda de carro sempre está acompanhado de uma mulher. Obviamente, a mesma, não é nenhuma entendida de carros ou mecânica. Mas está ali. Ela tem valor fetichista: “comprando o carro, o prazer vem junto”.


A partir dos últimos 40 anos, o prazer feminino passou a ser reconhecido. Ser homem não significava mais ser superior. As novas configurações sociais são exemplo vivo e contemporâneo dessas novas formas de subjetivação. A mulher passOu a ser dotada de uma nova lógica feminina em que consegue se colocar no lugar “que antes era o lugar do homem”. Quando afirmo isto, não me refiro que este era ou deveria ser. Mas temos que reconhecer a história. Quando flexiono o verbo no passado, é porque este não mais o pertence. O lugar que “era lugar do homem” não é mais, mas um direito de todos, independente de gênero. Agora, a mulher ocupa seus dois semblantes, porém o homem não. Está perdido dentro de uma lógica em que o “homem=não-homem” e este sucumbe.


Talvez eu tenha fugido um pouco à notícia, ou até mesmo à reflexão e assunto da autora do livro. Mas achei interessante a proposta de se pensar acerca das posições sociais dos gêneros, pois estes exigem conduta! Afirmar igualdade de gêneros é uma falácia. Cada qual tem suas construções e possibilidades, tanto a nível fisiológico, quando social. O meu entendimento não é de que os gêneros não precisam ocupar o mesmo papel no discurso social (como também não o acontece na contemporâneidade) para serem respeitados. Também não estou afirmando que o deslocamento do “feminino” seja algo ruim; penso exatamente o contrário, é a possibilidade de novas formas de pensar e sentir que possibilitam o desenvolvimento da cultura. O que mais vejo são mulheres apegadas ainda a seu fantasma. Mulheres mais machistas do que homens; que aceitam uma condição já ultrapassada pela cultura.


Quando ao desenvolvimento da cultura, me enxergo cada vez mais otimista, em vista que primar à liberdade é ampliar as possibilidades de subjetivação. Porém, este não precisa se tornar seu próprio algoz...



4 comentários:

  1. Eu lembro que uma das discussões mais frequentes que eu tinha com o analista era sobre a indefinição do papel masculino agora que ele não é mais o único provedor da casa. A mulher precisou redefinir seu papel e o homem ainda está em busca dele.

    E apesar de toda a melhora na questão do machismo, eu ainda percebo que há muito a ser feito...

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  2. Georgius talvez eu seja uma machista apegada aos fantasmas do passado!

    Por mais que eu trabalhe, seja inteligente e estude, sou recriminada por ter uma bunda gde e ser loira!!!

    Por mais que eu seja chefe e possa mandar todo mundo tomar no cú prefiro vir de uniforme horroroso do que ter q aguentar as olhadas, risinhos e cafagestagens dos meus funcionários!

    Mas mesmo sofrendo tudo isso, eu ainda acho q se meu marido fosse milionario eu parava de trabalhar, ficava o dia td no shopping fazendo compras e tratamentos esteticos. FATO!

    E mesmo sofrendo td isso, eu ainda acho estranho minha sogra ter um salário maior que meu sogro.

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  3. eu acho que, atualmente, cada um define seu papel
    algumas mulheres ainda querem fazer o papel antigo... outras são obrigadas a fazê-lo
    pq por mais que mtos avanços tenham acontecido, as coisas ainda não mudaram de fato, pelo menos não para todas
    a mulher que não quer ser mãe, por exemplo, ainda não é bem aceita... afinal, uma mulher q n tenha vindo com instinto maternal de fábrica, só pode ter vindo com defeito.

    mas enfim... qto aos papéis... acho que acredito que homens e mulheres tem o mesmo papel na sociedade como um todo, e isso pode se refletir no relacionamento, se eles quiserem... se quiserem pq mts mulheres ainda pensam como a Laila Loira, e mtos homens tb ainda não sabem lidar com mulheres independentes...
    mas sei lah, n tenho exatamente uma opiniao formada sobre o assunto

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  4. Não tem jeito, o machismo é tipo o Highlander!

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