terça-feira, 10 de maio de 2011

Pirataria e Cultura


O Brasil é um mundo à parte, com tributos que inviabilizam a indústria legal, além de nossa já consagrada "Lei de Gérson". Ao mesmo tempo, temos uma produção cultural tímida e pouco valorizada. O descaso com o trabalho intelectual aliado a fatores culturais e uma legislação ineficiente, nos tornam um paraíso para a violação da propriedade intelectual, independente do mercado (musical, cinematográfico ou de softwares). "Tropa de Elite 2" precisou de um cerco cheio de malabarismos para que os "Gersinhos" à solta não causassem prejuízo aos participantes da produção.

Minha visão é simples: pirataria nada mais é que o famoso "fazer graça com o chapéu dos outros". Existem várias correntes pró-pirataria: os que se dizem adeptos do livre compartilhamento do conhecimento e cultura são alguns deles. Você pode defender o livre compartilhamento da cultura e conhecimento, desde que seja o conhecimento e cultura produzidos por você! Há quem reclame que os George Lucas e James Cameron da vida ganham demais. Eles ganham porque produzem! 

Da mesma forma que um advogado cobra por um parecer ou defensoria jurídica, é justo que um roteirista, compositor, distribuidora, editora e estúdio recebam por suas obras de êxito, na mesma proporção em que são apreciadas pelo público. É o mesmo princípio que garante a fortuna da Coca-Cola.

Há quem reclame de campanhas do governo ligando pirataria ao crime organizado, como Jhessica Reia. Conforme demonstrado na central descoberta em Engenho Rainha, onde houve troca de tiros e o local pertencia a um traficante, existe essa ligação. Sobretudo no mercado de pirataria dos ambulantes e bancas montadas em feiras. A ligação não existe para os piratas domésticos, que "apenas" arrombam o intelecto alheio no conforto de seus lares.

O mercado fonográfico foi o primeiro afetado, e hoje mais do que nunca mira nos Justin Bibiers e Beyoncès da vida, pois ao menos conseguem lotar num show e reverter parte do prejuízo. O problema é que filmes não fazem shows, e não dá pra cobrar R$400,00 por um ingresso de cinema. Fica a pergunta: num mundo capitalista onde todos trabalham por dinheiro, investem por retorno, e usam dinheiro para pagar as contas, por quanto tempo você acha que os bons artistas irão lhe entreter de graça? Quanto tempo o cinema sobreviveria sem os investidores, que bancam produções multi milionárias pensando nas bilheterias e vendas? O melhor é procurar outro emprego e outro investimento.

4 comentários:

  1. Lana, a pirataria é crime, é plágio, é sem qualidade, é imoral, ajuda o crime organizado, danifica seu aparelho, SIM!

    Poxa mas é caro p/ caramba comprar original...

    Com relação a filmes, melhor mesmo é ir no cinema (ainda mais se a gente paga meia)! Programa mais gostoso do q ficar no escurinho comendo pipoca e um copo de 1 lt de coca cola, assistindo numa tela mega power gigante em close a LINDA da Angelina Jolie? n tem preço!

    Com relação a músicas e dvds a gente baixa tudo pela net, td pelo mp3 e se quizer culpar alguém, culpe e processe o detentor da patente MP3. Quem criou e disseminou a tecnologia q tem culpa. É fácil botar o doce na boca da criança e depois dizer q dá carie e q ela n pode mais comer, nem gostar, nem sentir falta!

    Agora o #foda são os games né? Eu sou viciada em The Sims há 10 anos!! Confesso que comprei algumas expansões piratas pq a original era em média R$ 70,00!!! São 31 expansões no total, nenhum pai gasta td isso com o filho e nem eu com minha mesadinha dava conta de comprar!
    Sad =/

    Mas eu ainda acho q é crime e queria ser uma pessoa mais idonêa e não comprar NADA! Um dia eu consigo.

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  2. é verdade que há muito abuso por parte das produtoras, gravadoras, investidores em geral da arte/cultura. mas também é inaceitável o roubo de propriedade intelectual. São duas frentes que se tem de combater de forma diferenciada, nunca com pirataria. Abraços. Paz e bem.

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  3. É um assunto que tem muuuitos aspectos pra se discutir. A Laila falou um bocadinho ai em cima, acho que o que movimenta tudo isso é um preço muitas vezes abusivo.

    Não sou hipócrita de dizer que se o preço for baixo todo mundo vai comprar, não, não vai, mas com certeza vai diminuir o problema, aqui no Brasil então.... nem se fala.

    Existem um bucado de movimentos que já perceberam o caráter viral da pirataria e procuram outras formas de ganhar dinheiro e mesmo de serem mais 'justos' quanto ao que cobram.
    Tem o Movimento Música pra Baixar, a filosofia do Software Livre (quem ai nunca teve software pirata levanta a mão!!)e várias iniciativas do tipo "Escute/baixe a minha música e pague quanto você achar justo".

    Eu acho sim que da pra mudar a coisas e amenizar bastante a pirataria, mas isso depende de um esforço dos produtores em enxergar que o mundo mudou, e da conscientização do lado de cá!

    Grande abraço!

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  4. Eu acho uma bobagem comprar filme pirata. Geralmente a pessoa compra e nunca mais assiste. Porque não aluga o filme na locadora então?

    Sem contar que hoje já é possível encontrar dvd originais baratos pela internet.

    Bom, agora quanto a música. Eu achei uma revolução a coisa do mp3, tem várias bandas que eu não encontraria se não fosse pela net, bandas antigas de jazz e tal. Sem contar que você compra um cd e gosta apenas de 2 músicas. Eu acho cd caro, preferia que os artistas disponibilizassem de outra forma, em pen drive, sei lá. Quantos cds originais eu comprei e em uma semana estavam riscados?

    Agora games, as pessoas acham caro pagar 80 reais num jogo, e de fato é, mas não acham caro pagar 150 pra ir numa micareta. O jogo vc curte por meses e um show por horas. A pirataria é uma questão de atribuição de valores também.

    E sim, pirataria é um problema social, ecônomico e cultural, e eu ainda não consegui encontrar uma maneira de solucionar isso.

    beijo

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