terça-feira, 5 de julho de 2011

Morte de Itamar Franco


Fernando Collor se tornou político a exemplo de seu pai, Arnon Afonso de Mello, famoso por dar três tiros em outro parlamentar em pleno Senado Federal. Roseane Sarney também, decidiu prolongar a dinastia feudal maranhense a exemplo do sempre presente em nossa política José Sarney. Goiás por muito tempo teve seu governo dividido entre Ludovicos e Caiados, tanto uns quanto outros de índole questionável.
E homens como Itamar Franco?

Eu tinha uma pequena birra contra Itamar: ressucitar o fusca. Ele disse ser um "símbolo do Brasil". Também achei a moratória de 1999 um protesto pitoresco, e diante de algumas de suas declarações pensei que estivesse caducando. Caduco ou não, Itamar sempre foi um político de zelou pelo Brasil. Se tornou presidente para um "mandato-tampão" de dois anos, no qual poderia ter deixado o barco andar, na mesma toada, quase naufragando. Ninguém o culparia por isso, ou acharia uma irresponsabilidade -especialmente após o exemplo de Sarney, que em 4 anos de vice que se tornou presidente por acaso, tudo que fez foi piorar. 

Entretanto, Itamar foi o filho que não fogiu à luta, e graças à ele o Brasil iniciou o processo de conversão do sonho intenso em forte e impávido colosso. O nosso futuro hoje, sim, espelha a grandeza profetizada em nosso hino nacional, graças à sua coragem e determinação, ao comprar a idéia de (mais um) plano econômico, e iniciar uma série de mudanças que nos trouxeram até aqui, e nunca deu um passo sequer em direção ao autoritarismo que tentou tantos presidentes de nossa democracia recentemente reestabelecida.

A pergunta persiste: quem são os herdeiros políticos de homens como Itamar Franco, Ulysses Guimarães e outros? A impressão que muitas vezes fica é que ficamos um pouco órfãos a cada homem público correto que falece.

Não é a morte que me preocupa, afinal ela é a consequência lógica. O que me aflige é notar que a escola próspera é sempre a dos maus políticos, enquanto os decentes raramente deixam herdeiros.

3 comentários:

  1. que bonito
    e que triste

    os bons morrem... e os novos nos desesperam =(

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  2. Então, eu me lembro apenas das charges que eram feitas com o topete dele, nada mais.

    Faz tanto tempo que a gente não ouve falar de um político honesto que até com assombro que a gente ouve o que dizem dele.

    Menos um.

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  3. Ai Dai eu ia dizer isso tb, lembro só de toda vez que eu fazia uma "onda" com minha franjinha (aos 6) meu pai dizia que eu tava de Itamar!

    Eu nem sabia que ele era honesto, a mãe dele devia se orgulhar dele honrar o nome da familia "FRANCO".

    Obrigada pela aula Lana!

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