segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ódio na Rede

Manchete de Ontem: A raiva na internet ou desabafo da "lôraburra"


A entrevista do ator Bruno Mazzeo semana passada no Programa do Jô colocou no rol de assuntos por aí o quanto a internet tem sido um lugar de despejo de raiva, ódio, estupidez, falta de educação ou até mesmo de simples sinceridade. Na verdade eu penso que a estupidez começa quando o Jô convida Bruno Mazzeo para o sofá apresentando-o como "carioca e filho de cearense, afinal ninguém é perfeito", mas... bom, isso é assunto para outra pauta.

Boa parte da fala de Bruno Mazzeo, embora o mote ali fosse a divulgação de seu novo filme, girou em torno da internet, mais especificamente do twitter, onde ele contou, de forma piadista, o quanto é atacado pelos fãs de Luan Santana, a quem ele carinhosamente chama de "talifãs" pelo fato de um dia ter citado o cantor como um nobre desconhecido. Tudo piorou quando ele disse ter percebido que todos os ataques dos talifãs contém graves erros de português. Não só. Erros de noção mesmo. Esses dias vi uma que dizia que Mazzeo, falando de Luan Santana se achava "a bala que matou Cazuza". (Oi!?!)

Até Chico Buarque, que se dizia aparentemente querido por quase todos, de quem ou se fala bem ou não se fala nada, em um dos seus vídeos que antecedem o lançamento do novo disco, fala, inclusive com muito bom humor, sobre o quanto é xingado nos comentários via internet.

A internet, essa "terra de ninguém", onde se pode ser quem quiser, e pode falar o que quiser. É como se sob a proteção de seus monitores, cada um pudesse descarregar seu fuzil, destilar todo o seu veneno na direção de quem lhe incomoda. E até certo ponto, vá lá, é legítimo. A fã do Luan Santana discordar de alguém que diga que ele não é a maior revelação brasileira coisa nenhuma, tem todo o direito de revidar, contestar, protestar, espernear, o que seja. O problema é a forma violenta expressa nas palavras que revela todo o potencial de ódio que cada um tem e que chega ao limite do que é possível fazer utilizando a internet como meio.

E isso vai muito além quando o ódio que se expressa é ideológico e trata de questões coletivas. Não é à toa o número de perfis fakes estimulando a violência, a homofobia, o racismo, o machismo, a xenofobia e uma verdadeira avalanche de preconceitos e intolerâncias dos mais variados tipos a ponto de já se falar em regulação da internet.

Acho que as coisas podem ser mais simples e civilizadas. Para pontos-de-vista diferentes: debate. É saudável e faz crescer. Se não funcionar, aplicar um unfollow ou o bom e velho "ouvido-de-mercador", acredito, é bem mais eficaz.

E no final das contas, caro leitor, o twitter do Mazzeo tá bombando, o Luan Santana viajando no seu jatinho particular e pra nós, hein? Sobra o quê, além da notícia?

7 comentários:

  1. Existem mesmo muitas nuances pra esse assunto. Acho que tem muita coisa que depende de interpretação, por exemplo, o comentário do Jô que vc citou pode ser entendido como preconceito ou pode ser visto como brincadeira. Já ouvi muitas vezes as pessoas mineiras apresentarem outra e dizerem exatamente assim: o único problema é que ele é paulista. E todo mundo gargalhar. É normal alguém brincar que o Estado dele é o que "dá gente boa", a não ser que ele brinque com Estados do Nordeste/Norte, porque aí não, aí é preconceito (é óbvio que existe - também - o preconceito contra nordestinos, estou me referindo a esse exemplo ¬¬).

    Acho meeeesmo que tem muita gente aproveitando pra liberar todo o rancor, todo o preconceito relacionado às mais diversas áreas (lugar, raça, opção sexual e etc), mas você não gostar de algo já não anda sendo aceito, é proibido criticar o que quer que seja, tem-se que gostar de Luan Santana, Restart, CQC..whatever...

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  2. Eu fiz um comentário, o blogger comeu, e agora eu sou um exemplo de ódio na rede ¬¬

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  3. Dai, concordo contigo! Até pq o Mazzeo é filho do Chico Anysio, e imagino que haja amizade e tal, mas é outra história mesmo... entre paulistas e nordestinos, nem precisamos dizer quem é mais vítima desse humor que reproduz preconceito, né? Mas tb não acho que tenha sido o caso, tanto que nem estiquei...
    E eu não acho que tem que gostar não! Eu não gosto dessa lista aí e de muuuuitos outros. Só tratei da forma, mesmo.
    ;-)

    Ana. Tb sou exemplo de ódio na rede. Há dias tento comentar os textos com o prefil que eu posto (que não é esse, esse é dos outros blogs) e não consigo nem com reza forte?
    Alguém sabe o motivo do "caflito"???

    =*

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  4. Passei por aqui, vi e li, achei tudo genial, parabéns

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  5. Nossa eu concordo tanto com tudo!

    Devia ter os niveis easy, medium e hard no twitter eu ia brincar só de easy!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. É por essas e outras que quase sempre me calo. Tenho opiniões muito divergentes da maioria das pessoas, sobre um monte de assuntos que detesto: feminismo, machismo, racismo... e um outro monte de 'ismos'... enfim sobre tudo que for extremo.

    Mas aprendi que não vele a pena discutir com alguém que não se pode pular no pescoço... para isto, na internet, inventaram isso → unfollow (que, muitas vezes, dói até mais que um tapa, pra alguns de ego mais inflado. 'nossa amiga', de dupla personalidade, que o diga) e que serve pra vida aqui fora também.

    Gente que comenta ou faz render comentários idiotas, principalmente sobre assuntos que não domina ou não lhe diz respeito, perde tempo e alimenta discussões desnecessárias... sempre.

    E neguinho cagando e andando pros "justiceiros". tsc, tsc.

    Falou e disse, Moni.

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