sábado, 30 de julho de 2011

Preguiça interior (e capital)


Bem, nossa notícia de hoje (lê-se: algum tempo atrás), se refere ao hábito da sesta. Na coluna, esta é referida como um hábito da região amazônica do Brasil, mas eu posso afirmar que pelo interior do RS isto também acontece. Mas sobre isso, veremos a seguir.

Voltando ao tema da reportagem, o sociólogo Éfrem Galvão afirma ser a sesta uma questão climática, ou seja, uma necesidade de ócio causada pelo meio. Descanso que trouxe a fama de "preguiçosos" aos moradores desta região.

Sendo ou não, não é aqui que vou me deter, mas questionar: qual o problema de descansar um pouco mais? Como já havia mencionado, vejo este hábito no interior, pelo menos do RS e imagino que seja corriqueiro no interior do Brasil todo. Porém, não os vejo nas metrópoles.

O Ritmo de trabalho que nos é exigido não permite que tenhamos estes minutos tão preciosos de descanso que, quando aproveitados, insinua-se "preguiça".

Preguiça, como todos conhecem, é uma daquelas coisas que todo mundo gosta e faz, como é mesmo que se chama? Ah sim: pecado capital.

É um dos pecados capitais considerados de maior trangressão com a ordem divina, pois agrega grande carga de culpa moral. Mas, por que será que isto acontece?

Como o próprio nome denuncia: capital! É um pecado "contra o capital". A preguiça é o "não-trabalho", a menor, ou melhor, o não-estar em produçaõ de algo. Por isso é tão criticada moralmente. É empecilho nas engrenagens econômicas.

Durante a revolução industrial, era frequente a venda de "tônicos" fortificantes que aliviavam a preguiça. Se tentarem imaginar, poderão remontar uma cena em que, um vendedor charlatão faz um espetáculo para vender seu produto e, o povo, rodeando o grande evento, sempre acaba comprando. Porém, esta referida "preguiça", que era confundida com uma espécie de má vontade que contrariava as ordens (ou melhor, regras) de Deus não passava de um estafo!

Isto nos parece tão distante: comércio explícito, demonstrações sensacionais, charlatões e moral. Tentem ligar no canal "polishop" e observar. Ou melhor, basta abrir os jornais, ou ir até o super-mercado. A todo momento são oferecidos produtos Light ou Diet, cacarecos que tonificam, barrinhas de cereal para que? "Dar muita energia", como o cereal que nossas crianças comem. Oh, nossas crianças....

Enfim, temos sempre que estar ingerindo nossa dose de "droga" para aguentar as correrias do dia-a-dia. A droga pode se manisfestar de muitas formas: TV, Internet, Jogos, Livro de auto-ajuda e alguns outros delírios.

-Enquanto escrevo este post, ainda sofro do "mal" da moral. Tive que deixar de colocar alguns trechos deste texto, pois ainda estamos sedados de grandes doses-

Mas, como diria Zé Ramalho acerca de nosso "mundo" novo: "-Povo feliz"

4 comentários:

  1. E eu ainda uso Ritalina pra dar gás. Mas se eu não usar, minha desatenção me faz correr atrás da primeira borboleta que aparecer e me faz deixar de honrar meus compromissos. E me ajuda a ganhar dinheiro (leia-se: "estudar para passar num concurso para, só então, ganhar dinheiro").

    Ê laiá =(

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  2. E eu café!!! hhahahha
    Disse esses dias que meu dia teria que ter umas 30 horas pra eu dar conta dessa jornada quadrupla!

    Essas seis horinhas fariam toda diferença!

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  3. E eu ando dominada pela droga do poker.


    Tenho CERTEZA que o Georgius omitiu outros exemplos de "drogas", la la la.


    Alegar preguiça deveria ser uma causa para conseguir a aposentadoria mais cedo.#brincadeirinha

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  4. Então... acho que depende do grau de preguiça pra que seja realmente prejudicial a pessoa. A minha preguiça é gravíssima e recorro as drogas do dia a dia muito mais pra me tornar improdutiva do que pra me tornar produtiva... mas enfim...

    Descansar depois do almoço, ou mesmo ter apenas 6 hrs produtivas no dia, diferentemente das 8 obrigatórias, não sei se é preguiça, se prejudica... Melhor passar mais tempo descansado e um menor tempo dedicado as atividades produtivas, desde que seja mais rentável e talz... Coisas assim...

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