terça-feira, 30 de agosto de 2011

Délicatesse


Espanta sempre a nós, os civilizados, essas notícias que vez ou outra aparecem de algum indivíduo da espécie humana que se serve de um semelhante para saciar sua fome - ou algo que leve esse nome. Foge do imaginário de um filme como O silêncio dos inocentes e invade o nosso supostamente seguro cotidiano. Casos como o de Jeffrey Dahmer, entre outros que o portal Terra lista, impressionam pela frieza e pelo fato de estarem ligados (como faz questão de frisar a matéria) à questão da sexualidade (só no Terra é que vemos casos de homens que matam mulheres para praticar canibalismo) e a instintos obviamente psicopatas. Bem diferente (?) da antropofagia dos ameríndios, que tinham como ritual (o comer o inimigo para se nutrir de suas boas qualidades). Mas, como bem observa o historiador americano Will Durant, em Nossa herança oriental, o registro do canibalismo se dá em todas as sociedades, por conta de religiosidade, surtos de fome, ou por pura crueldade (os portugueses costumavam ferver chinesinhos em enormes caldeirões e depois comê-los), afinal, somos humanos.
O fato é que tal notícia me lembrou um caso que descrevi em um dos meus blogues, no qual narro a história do tempo em que trabalhei no IML, e um ex-colega de lá foi internado no hospital psiquiátrico no qual trabalhei depois que saí do Exército, por conta de terem descoberto que ele adorava fazer dobradinha com carne de defunto. A diferença é que ele não matava ninguém para comer. Só isso.
E assim caminha a humanidade. 

8 comentários:

  1. Pior que quando eu li "Russo é preso acusado de comer homem que conheceu em site homossexual" só pensei bobeira, hahahaha.

    Olhando os outros criminosos canibais... mulher não faz isso não? O.o

    Essa sua história de quando trabalhava no IML é sinistra ein.

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  2. Lembro que quando eu morei na Áustria (lugar pra ter gente esquisita e descompensada) havia uma história de que havia sido presa, durante a Primeira Guerra, uma mulher acusada de matar crianças para comê-la. Mas acho que era mais lenda, tipo "loira do banheiro", pra assustar crianças que cabulavam aula.

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  3. Então, eu acho q quem escreveu o título pra reportagem da folha tinha a intneção de de que pensassemos besteira mesmo...

    mas enfim, eco eco eco

    Ainda que não dê pra entender, é só mais um caso de coisas incompreensíveis... Não sei se é mais grave ou menos grave do que matar e não comer, embora seja evidentemente menos agradável de se imaginar... Sei lá...

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  4. É o tipo de coisa que eu nunca vou entender, ainda bem. Já não compreende as excentricidades de se comer animais esquisitos quando mais uma pessoa.

    Que ele se trate.

    =*

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  5. como assim dobradinha de carne humana!! meodeos, vai ver o salário era pouco e ele estava sem grana pra comprar carne... sera?
    Quanto ao Russo, sim, pensei outra coisa!

    Obrigada pela visita no blog e pelos comentários!

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  6. rolou um trocadilho básico nessa manchete, afinal os jornalistas também humanos, não poderiam deixar passar esse fato de dupla antropofagia. embora, confesso, não ache muito criativo.

    Agora, esse teu colega no IML, vou te contar. me ocorreu uma coisa que acontece no rio. cadáveres são vendidos, a fins de resoluções de crimes. sem contar uma outra que fiquei sabendo. cadáveres são "alugados" a fins de necrofilia. e aí a pergunta foi inevitável: em algum momento você ficou sabendo se esse seu colega andava vendendo umas quentinhas?

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  7. Só vim a saber que ele fazia a famosa dobradinha depois que o encontrei internado no hospital no qual vim a trabalhar alguns anos depois... ainda bem que eu nunca tinha comido vísceras (como ainda não como) até hoje.

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  8. Choquei!

    otimo texto super embasado, vou ler todas as referências!
    Parabéns!

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