Formando opinião.

Geração Mascarada.

A opinião que a gente tem das coisas depende muito de quem a gente ouve, quem a gente lê, depende muito de quem são os nossos ídolos. A palavra "gênio" nunca foi tão usada quanto hoje, quando qualquer um que escreva algo com o que a pessoa concorda já é considerada GÊNIO por ela.

Não gosto de alguns gênios por aí.

Poderia até gostar do que escrevem e me deixar seduzir pela retórica bem planejada de suas palavras, se não houvesse um probleminha nela.

A estrutura do texto.

Que me enerva.

Raciocínio que não se completa, que não tem começo, meio e fim. Me sinto meio perdida pra acompanhar e deve ser uma limitação minha, por que de fato não consigo gostar do formador de opinião que é considerado "gênio" por dez entre dez amigos meus.

Eu não consigo.

Tento gostar dos textos, mas não flui. Não é uma linha contínua de raciocínio pra mim.

Me sinto quicando entre as frases.

Caindo.

De parágrafo em parágrafo.

Sem conseguir chegar em um consenso com o que é escrito, me sinto sendo jogada de idéia em idéia, como um corredor polonês onde cada argumento é reafirmado pelo outro, ainda mais forte. Mas sem ligação entre um e outro.

Como disse, a nossa opinião é moldada pela opinião dos outros. Capas de revistas, resenhistas, escritores, cantores. Cada um tem sempre algo a dizer. Eu procuro saber o que eles dizem.

Mas alguns eu não consigo acompanhar.

Não mesmo.

Mesmo sendo unânimidade entre os amigos.

Comigo não flui.