segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E agora, São Tomé?

Essa postagem não tem links das manchetes-de-ontem. Ainda não consegui formar uma opinião sobre a importância de certos links, talvez pelo fato de alguns deles, aos quais me refiro, especificamente, terem me causado sensações nada boas, uma grande tristeza e aquela inevitável descrença no ser humano.

Não preciso ver para crer em tudo o que as pessoas são capazes. Mas o tal dito de São Tomé parece ter virado regra e as mídias sociais viraram a vitrine da desgraça, da carnificina exposta, um convite ao choque, um teste aos valores e tantas vezes um fermento para alguns instintos que até desconhecíamos. Têm colocado "no chinelo" os folhetins mais sensacionalistas e sangrentos. Aqueles programas policiais que tantos criticaram, agora acontecem o tempo todo, brotam de cliques de todos os lados.

Há duas semanas fiquei em choque após ver, mesmo que por pouquíssimo tempo, afinal vinha através de uma mensagem de "luto" propagada por alguns de meus ex-alunos, um vídeo de um acidente automobilístico bem perto de Fortaleza, onde um carro com 4 passageiros que vinha a 140km/h se chocou contra um poste e se dividiu em dois. Recuso-me a dar detalhes. Basta-me aquilo que não vou conseguir esquecer.

Na semana passada, a vez da brutalidade da enfermeira que espancou o yorkshire até a morte bem diante da filha de 2 anos. Mesmo me recusando ver, ao assistir uma matéria sobre a mulher na TV, várias cenas foram mostradas. Uma violência que em nada difere dos outros casos de babás que espancaram idosos ou crianças. Sempre uma estupidez diante de um ser indefeso. E lá estavam as câmeras a vigiar, registrar e mostrar para quem não acredita que isso seja possível. Enquanto do outro lado, os desejos de morte, e gifs de pitbulls raivosos para efetivar a "vingança popular".

É inegável que os registros têm o seu valor. Servem de provas. Mas o que me falta é estar convencida de que, além das autoridades, com poder de julgamento, alguém mais deva estar exposto a isso. O que isso nos causa além de choque, tristeza, desilusão e motivar mais ódio? No caso do vídeo do acidente, percebi essa discussão nos comentários do youtube. Alguns falando da violência das imagens, do desrespeito às famílias, da invasão, etc. Outros diziam que era a maneira mais eficaz de conscientizar, já que as campanhas não o faziam e a prova estava bem ali. Que aquilo, por mais doloroso que fosse, era um choque necessário e que muitas posturas seriam mudadas com as visualizações.
Enfim, esse é um texto sem opinião. Apenas chocado e lançado para as ponderações de vocês. É preciso ver para crer?

2 comentários:

  1. Essa, infelizmente, é a realidade humana.

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  2. Coincidência, ou não, tava procurando umas "inspirações" pro meu post, agora mesmo, e num desse blogs famigeradamente sensacionalistas, logo após uma das notícias que me chamaram atenção, havia um link, "veja aqui", que remetia a uma página como pouco texto, mas como muitas cenas monstruosa de acidentes...

    Fico me perguntando até que ponto chega a capacidade humana de compartilhar ódio e outras coisas ruis e o pior, com a desculpa esfarrapada de que isso serve de exemplo pra que tais atrocidades sejam evitadas?...

    Pensei muito e cheguei a conclusão de que servem de exemplo, sim, mas só para pessoas idiotas que seguem a mesma filosofia, a de disseminar desgraça e ódio.

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