sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Política, trânsito, criminalidade e o autismo dos políticos brasileiros

Alckmin ainda estuda se proíbe carona em motos
Assembleia de SP vai recorrer de suspensão de auxilío-paletó
Epidemia mortal e invisível acelera no Brasil profundo

 Às vezes é difícil acreditar nas notícias que lemos, tipo um deputado querendo proibir a carona em motocicletas durante a semana para "coibir a criminalidade". Eu, na pequenez de meu pensamento, fechada em minha ignorância, sempre achei que para se atingir tal objetivo o certo era adotar um policiamento decente com um efetivo numeroso e capacitado. 
Não! A vanguarda da política de segurança pública é proibir o cidadão comum de exercer seus direitos constitucionais, criminalizando um meio de transporte, colocando o cidadão no mesmo saco que assaltantes, e ao mesmo tempo contradizer as regulamentações do CONTRAN, DETRAN e etc - que dizem que motocicletas são veículos para dois passageiros.

Estatísticas recentes mostram o aumento do número de motocicletas no Brasil, e consequentemente o aumento no número de acidentes. Os acidentes se devem, principalmente, à imperícia e à imprudência: é público e notório que ninguém aprende a conduzir uma motocicleta com as aulas ou com o exame de habilitação do DETRAN. Na verdade, a prova é uma piada, mas isso fica pra outra hora.
As motos aumentaram, sobretudo no interior, devido à melhora do poder aquisitivo das famílias mais pobres. Tal dado é muito importante, e deveria ser verificado pelo senhor Hato, pois comprova que os principais usuários de motocicletas no Brasil não são criminosos, mas pessoas comuns que finalmente conseguiram se livrar do transporte público ou do transporte com tração animal. 
 
A propósito, um dos motivos pelos quais moradores de cidades grandes preferem evitar o transporte público é a criminalidade: ir ao trabalho e voltar sem a carteira e o celular é sem dúvidas contraproducente, mas faz parte do cotidiano de muitos que dependem dos precários e inseguros meios de transporte disponibilizados pelo governo.

Entretanto, o senhor Hato certamente não faz uso de ônibus coletivo e metrô, e tampouco tem uma motocicleta - ao invés disso usa um veículo custeado pelo Estado, com ar condicionado, direção hidráulica, vidro elétrico, rodas de liga leve, e tudo mais - e tem à sua disposição um motorista de terno e gravata. Ele está muito distante da realidade daqueles afetados por sua proposta de lei e pela decisão de seus colegas. 

Mais uma vez, apenas uma triste constatação se faz: alguém que faz parte do seleto grupo que até duas ou três semanas atrás recebia R$20.000,00 semestrais a título de "auxílio paletó", enxerga a população que se espreme nas estações de transporte público (ou que se locomove sobre duas rodas para fugir dissp) com o mesmo nível de compreensão de um autista ao observar o mundo, e com a mesma sensibilidade de um sociopata.

2 comentários:

  1. se eu fosse egoísta diria q podia proibir pq nunca vou pegar carona em moto mesmo

    mas acho q realmente, isso n é da conta do governo
    e complica a vida de mts pessoas, inclusive

    acho q os deputados n se lembram como é a vida real... é cada idéia..

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  2. Outro dia estava assistindo a uma reportagem com o dito cujo. Simplesmente um cara indiferente as necessidades alheias (figura do político - nem aí).

    Ele justifica dizendo que já foi assaltado de moto, e que não quer que isso aconteça a ninguém.... agora como seria se cada um tentasse acabar com seus traumas dessa maneira!? Pra mim dá na mesma proibir o celular em banco (salvo as proporções de importância das duas atividades). Estão atacando pelo lado errado, como se quem que tivesse ou quer roubar deixasse de fazê-lo pq não pode dar uma ligação ou não pode ir na garupa..... isso acaba atrapalhando mais quem precisa fazer essas coisas e não tem nada a ver com a história,,,,bandido que é bandido vai dar um jeito.

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