segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Na velocidade da luz

Não é de hoje. A vida é dinâmica e nada para de acontecer. O grande diferencial é a oportunidade que se tem de saber, com uma velocidade incrível, de tudo – ou quase tudo – o que acontece.

É uma enxurrada de informações que nos absorve e vicia. Carecemos de motivo para nos indignarmos, criarmos movimentos, protestarmos, festejarmos, escrevermos. Como sempre foi. Mas agora com mais rapidez, com mais frequência. Poucos movimentos resistem por muito tempo. O Rafinha Bastos perde o posto para o escândalo no BBB, a tomada do morro do Alemão cede espaço à tomada da Rocinha, que sai de cena para a tomada do Pinheirinho. As tsunamis recuam para os desabamentos no Rio. Isabella Nardoni. Goleiro Bruno. O yorkshire. Já não se tem mais tempo de sentir falta do Belchior e nem sei onde caberiam os 'pitis' de Amy Winehouse, caso estivesse viva.

Passei o fim de semana fora da cidade, acessando a internet apenas pelo celular, o que acho chato. Mas as machetes postadas causavam enorme desconforto, necessidade de saber amiúde, da notícia completa. De vez em quando lia uma 'chamada' para os amigos. Alguns se inquietavam, como eu, tinham sua curiosidade atiçada, tensos, até. Outros alertavam para a importância de se desconectar um pouco, deixar o mundo continuar seus giros e esperar, pois logo mais voltaríamos. Ora, até a Luísa voltou.

É tudo perecível. A sociedade da informação produz herois e vilões com incrível pressa e com prazo de validade determinado. Assim como um político corrupto, o comandante do navio tombado aguarda ansiosamente uma outra tragédia para sair de cena. Da mesma forma que um outro meteoro passará logo, logo sobre o sucesso do Teló, trazendo outra coisa pra gente reclamar. Ou não.

O texto não tem links. Buscar as notícias causaria loop infinito.

3 comentários:

  1. É! Acho q esse foi um post digno de segunda-feira, já que vamos começando mais outra semana de polêmicas...

    :D

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  2. É... É muita coisa chata pra pouco espaço... =(

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  3. Hoje qualquer um se torna, em pouco tempo, celebridade. E, um segundo depois, cria-se a figura que não existia nos anos 90: a SUBcelebridade.
    A rapidez da informação criando status para gente que passa pelo mundo virtual como relâmpago...

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