segunda-feira, 11 de junho de 2012

Nós já sabemos escrever o nosso nome, fazer reuniões que nunca dão em nada e...


"Se uma criança de rua que não tem nada ainda deseja compartilhar, por que nós que temos tudo somos, ainda, tão mesquinhos"?






Essas perguntas sempre ficam na minha cabeça.
Eu já sei que eu não sou nada em uma escala geológica. Eu já sei que minhas importâncias e minhas ações são pequenas em um cosmo de poeira que tem como representantes filhos da puta que, por alguma razão, acham que estão em uma posição privilegiada e que, assim, detém soluções práticas em todos os momentos. Essas discussões já ficaram banalizadas. Viraram um clichê. E parecem que vão estar sempre presentes. Na ponte que liga o passado e o futuro. Como uma única desculpa: quando quisermos, vamos levantar a merda da nossa bunda da cadeira e vamos fazer as coisas funcionarem.
Somos inteligentes o suficiente para pensar em tecnologias de comunicação, mas achamos, completamente, natural excluir outros da nossa comunicação. Temos fome de que? De isopor? De algo que não mata a nossa fome e por isso nos faz ter tanta procura por mais comida?
Já que não vemos a água como algo que possa nos refrescar e matar a nossa sede, somos obrigados a sentir vergonha de nós mesmos. Da nossa espécie. Dessa que se diz a melhor espécie em existência. Sentimos vergonha quando, depois de anos, ainda estamos discutindo o problema do meio ambiente. Como se o meio ambiente fosse um problema. Como se nós que não fossemos os problemáticos. Então, é preciso que o tempo passe, que mais reuniões (que nunca resolvem nada) aconteçam para que algo seja dado na nossa face: somos inúteis. Tão lentos que somos incapazes de pensar soluções enquanto estamos por aqui. Até quando seremos personagens incapazes de assumir os nossos papeis de autores?

2 comentários:

  1. Na verdade somos bem capazes de assumirmos nossas responsabilidades em relação ao meio ambiente, ela só não é prioridade, não é vantajosa economicamente, não é rentável.

    Apesar que esse panorama está mudando e a economia verde está aí pra provar que é possível que se ganhe dinheiro sendo "sustentável" e é muito por isso que as empresas estão se movendo nessa direção, porque, por exemplo, tem gerado lucro replantar árvores do que devastar florestas (sobretudo porque eles melhoram os genes das plantas e tals)

    Quando o povo ver que dá pra ganhar dinheiro ou pelo menos parar de gastar dinheiro pensando no meio-ambiente a coisa mudará.

    E sim, isso é horrível

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  2. É estranho, pois por mais desesperada que a humanidade devesse estar, ela mantem-se intransigente.

    Severn temia por seus filhos, e eu optei por não ter os meus também pelas mesmas razões, e não é um temor infundado.

    O que me conforta, apesar de todo o sofrimento que a humanidade e seu "progresso" inflige ao mundo, é que nossos dias contados um dia chegam ao fim.

    Um dia, por culpa de nossa ganância disfarçada por essa preocupação hipócrita externada em conferências e ignoradas cotidianamente, a humanidade será extinta... e quando não houverem mais indústrias farmacêuticas, uma bactéria vai aprender como transformar a morte que trouxemos em vida.

    Quem sabe a próxima espécie seja realmente inteligente e faça as coisas um pouco diferente.

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