domingo, 9 de dezembro de 2012

Os amigos da amiga

Rosemary Noronha é indiciada pela PF por formação de quadrilha
Rose e a sedução do poder

A moça se apresentava por aí como "a namorada de Lula". A moça viajava em todas as viagens oficiais das quais a Primeira Dama de ausentava, sendo a única com acesso aos aposentos presidenciais. A moça nomeou o ex-marido conselheiro da Brasilprev (para tal feito, até mesmo forjou um diploma de curso superior para atender a uma exigência da empresa), e conseguiu um contrato milionário sem licitação para o atual marido junto à Cobra Tecnologia, além de um cargo na Infraero. Nomeou dois irmãos, seus amigos, diretores da ANA e ANAC. A moça confrontou a diretoria da Codesp que ousou demitir uma outra amiga, porque ela saía se gabando nos corredores da empresa de ter sido contratada por ser "amiga da namorada do Lula". A moça também pediu que pagassem a mobília do apartamento de sua filha Mirelle: um sofá e uma estante, pela bagatela de R$ 5.000,00. Mirelle também virou contratada da ANAC.

Quem saiu por aí dizendo que Rosemary era namorada de Lula, não fui eu. Nem foi a Época. Foi a própria "namorada", de acordo com o inquérito. Quem disse que a moça nomeou diretores de agências reguladoras e do Banco do Brasil, não fui eu, nem a Época, foi a Polícia Federal.  Já as testemunhas, dizem que a moça não fazia questão de esconder sua relação íntima com o "PR" de ninguém, muito pelo contrário. Dizem ainda por aí que, portando mala diplomática (!), Rosemary desembarcou com 25 milhões de Euros em Portugal, declarando no formulário de seguro do carro forte que o levou ao Banco do Espírito Santo, que o dono da quantia era Lula. 

Mais uma vez, partidários alegam que o "PIG" está atacando gratuitamente a imagem do eterno "PR", não importando quantos e-mails de Rosemary já tenham sido reproduzidos, ou quanto do inquérito policial tenha se tornado público. Assim como no já julgado Mensalão, a não ser que vejam uma foto de Rosemary com o malote de 25 mi de Euros, sentada no colo de Lula, tudo não passará de uma conspiração de falsas testemunhas aliadas aos meios de comunicação para denegrir o filho do Brasil.

Há defensores de partido dizendo que ninguém nada tem a ver com a vida extra-conjugal de Lula. De fato, se era ou não peguete presidencial, pouco me importa, isoladamente.  Me importa a interferência na gestão do país. Determinados  cargos públicos são, sim, cargos de confiança, mas em que moldes essa confiança é forjada? 

O que dizer, então, da confiança do eleitorado em um presidente que delega a uma amiga ou a um caso decisões sensíveis de seu mandato público?

Um comentário:

  1. "Quanto mais conheços os homens, mais gosto de meu cachorro"
    (Nietzsche)

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