sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

TELEVISÃO E LEITURA: HÁ BENEFÍCIOS EM AMBOS OS MEIOS


Crianças com TV no quarto e celular têm desempenho pior em teste de leitura, indica estudo

Toda a pesquisa tem que ser vista sempre com fina análise contextual e conjuntural. Elas tendem a chegar a uma verdade cheia de relatividades. Contudo, aqui vai uma reportagem oportuna porque atinge a todos, ainda que a matéria trate de crianças.

O meio de comunicação televisivo é um dos mais fortes. As referências para uma análise ou melhor conhecimento sobre o assunto estão em Theodor Adorno e Max Horkenheim (Escola de Frankfurt) e Marshall McLuhan. É o meio mais confortável de se adquirir alguma informação ou, dependendo do telespectador, a informação definitiva. Som e imagens possuem o predicado de nos hipnotizar antes de refletir e imaginar, pois a imagem já está ali e a opinião também. Caso não sejamos atentos ou curiosos, jamais buscaremos a famosa "outra opinião".

O que é mostrado pela televisão é ambivalente. Pode ter um resultado maravilhoso ou catastrófico. Por causa do conforto em relação ao que se classifica sobre a leitura, sobre o trabalhoso ato de ler, a TV se insere em nossa vida até quando não nos atentamos concentradamente no que determinado programa mostra. Passa a ser mais um membro da comunidade, penetra em nosso lar como se fora uma importante pessoa a nos nortear. Tratei disso neste conto.

A proliferação deste concomitantemente bizarro e formidável meio de comunicação veio se juntar ao da leitura  gradativamente - e por vezes bruscamente - minguando-a; e, nas últimas décadas, "o advento do fenômeno internet" se aderiu aos sons e imagens, onde, por mais que haja textos, conseguiu sobrepô-los, modificando e inventando nova forma de comunicação escrita em qualquer língua.

O problema da diminuição da prática da leitura está, basicamente, no atrofiamento do desenvolvimento do espírito crítico, uma vez que a cada frase assimilada vem, via de regra, uma avaliação daquilo que se lê, além da noção da escrita e da melhor capacidade de se comunicar. E trato aqui do aspecto linguístico e poético, antes do gramático e racional.

O exagero e a exclusividade dada à televisão que a torna prejudicial, bem como a qualidade (que também é relativizada) de seus programas. Percebe-se hoje uma falta de incentivo tanto à leitura quanto à escrita, o que se vê em diversas piadas publicadas em blogs e redes sociais na internet quando mostram atrocidades ortográficas, semânticas, léxicas e filosóficas de redações de alunos em diversas provas. Há uma série de culpados para isso além das críticas ao sistema educacional ainda excludente, que nosso espaço aqui não permite abordá-los de maneira pormenoriza. Entretanto, a presença de TV e celular nos quartos da criança  é um dos fatores contribuintes para o problema que a falta de leitura proporciona.

Após este breve apanhado, que não se encerra aqui, é necessário dizer que isso não atinge só as crianças. Eu mesmo sou uma "vítima" disso. É sempre uma luta me dedicar às leituras que, obrigado ou não, devo fazer. É um esforço muito maior do que o prazeroso ato de ler. E por mais que prefira a leitura, as TV tem o seu lugar na minha vida, com a moderação ou utilização que a torne saudável, útil à vida.

Itaipava, 8 de fevereiro de 2013

Um comentário:

  1. Depois q inventaram o audio livro e as video aulas, os livros serão realmente deixados de lado.
    pensar dá trabalho de mais.

    ResponderExcluir