sexta-feira, 17 de junho de 2011

Marcha contra as marchas

Marcha da Maconha
Marcha pra Jesus
Marcha do Orgulho Gay
Marcha das Putas

E a lista é grande. Lembro-me de uma comunidade do orkut que dizia "Isso não devia ter banalizado" e a descrição era "Conhece a frase "Tudo que é demais enjoa?" Banalizou também.". Pois é.

Não sei se é porque atualmente meu engajamento político é mínimo, e creiam-me, antigamente me envolvi em situações de debate político até os meus ossos. Talvez até por isso eu tenha me decepcionado tanto, o fato é que independente de onde você vá, o ego humano mete o bedelho.

É claro que para muitas e muitas pessoas, e eu compreendo o posicionamento delas, esse aumento de marchas demonstra uma maior participação da população em questões importantes. Questões que de fato precisam de debate (exceto a Marcha pra Jesus que não se propõem a debater nenhuma questão e sim glorificar o nome de Jesus através da passeata).

Mas eu posso ser pessimista, não posso? Acredito que essas questões precisam ser melhor debatidas, precisam ser levadas para as escolas, para as universidades, programas de tv precisam abordas as questões. Apenas a Marcha em si, na minha opinião, não garante muito coisa. Você lança na cara das pessoas "Marcha das Putas" e sem informação as pessoas vão achar que é mais um tipo de arruaça, algum tipo de exibição, e que "esse mundo está perdido mesmo".

As Marchas, sejam de que tipo for, deveriam ser apenas um ponto do movimento, e eu sei que muitas delas de fato tem outras estratégias de abordagem e debate, mas na prática o que é percebido pela maioria das pessoas é que a Marcha é um fim em si mesma.

Então, vamos lá: Marcha pelo fim da banalização da Marcha. 

6 comentários:

  1. esses dias eu li na folha alguma coisa sobre gt q é arroz de festa de manifestações, meio q sem comprometimento com a causa...

    enfim, é mta marcha e aí mtas coisas não recebem a atenção q merecem

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  2. Imagine sair perguntando, durante uma destas marchas, pra cada um dos que estão presentes o motivo de eles estarem lá. Garanto que as descobertas seriam surpreendentes e frustrantes.

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  3. Acho incrível como a falta de direcionamento político de cada sujeito, sua construção subjetiva sobre o que é ação política, hoje em dia gera essas marchas que ficam só na bagunça. Acabou se tornando um modismo que deve trazer uma falsa sensação de "estou fazendo minha parte", "estou lutando", blah blah blah, mas o problema é que hoje em dia as organizações não estão assim separadas por classes, por oprimidos e opressores... bom se esses movimentos pudessem ter um caráter mais "silencioso", ou mais sutil, que realmente penetrasse nas discussões da sociedade, se fossem ações micro-políticas, talvez a coisa andasse, e sem passeatas, mas com discussões e idéias que se ampliassem e reverberassem na cabeça de cada pessoa... mas enfim, posso estar sendo exagerada, não sei...

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  4. Ah, mas esse mundo não está perdido mesmo?


    Muahahahahaha!

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  5. Acho que uma pessoa cria uma forma de protesto que chama a atenção e a galera entra toda na onda. O resultado é esse aí mesmo, começa a ter tanto bafafá em todo lugar que vira lugar comum. Até alguém criar um jeito novo de reclamar e começar tudo de novo...

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  6. Dai, só hoje vi esse seu post, mas como o tema constinua atual acredito que não seria tão descabido comentá-lo quase três meses depois.
    Achei que sua colocação foi muita clara e não condiz com o título. Os comentários estão mais "contra" as marchas propriamente dito do que o que você escreveu. Concordo plenamente com o seu ponto de vista em termos de extensão das questões das marchas para outros espaços.Somente as marchas não são suficente para provocar mudanças, claro. Mas gostaria de colocar que estas não são excessivas, ao contrário são essenciais, porque representam a publicização (no sentido de explicitação) de conflitos que na nossa sociedade constumam ser "abafados". Isso não é pouca coisa, por si só elas provocam agentes de outros espaços além de produzirem efeitos simbólicos rompendo ideologicamente com a noção de "harmonia", noção essa que herdamos da educação jesuítica e que favorece os grupos dominantes. Quanto a natureza de interesses dos participantes, bem, isso é incontrolável e acho que os participantes festivos não são aqueles que melhor representam os sentido de nenhuma manifestação política. abraços.

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