sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sustenta algo que seja útil para nós?


Lindo. Fico até emocionada quando leio algo a respeito. Tem gente pensando em algo, tem gente querendo fazer algo, diz aí se não é de se render e da os parabéns. Pequenas ideias que se tornam grandes, vão ganhando espaço, até virarem notícia, e não basta só virar notícia, tem que virar notícia na rede Globo. Isso, realmente, é legal. Não, eu não estou sendo sarcástica. Pareço? Sinto muito, mas nem sinto nada.

Ah, é que são nessas horas que eu fico me perguntando. Como pode? Como pode ter tanta gente pensando em algo produtivo, mas que no final não vai produzir nada? Tá, pode até produzir alguma coisa, mas em escala insignificante. Não é discurso de gente que não olha pelo lado positivo. Claro, é melhor pensar em sustentabilidade, a estar na esquina roubando, participando de arrastões, ou detonando com a própria vida usando uma droga, népria vida usando uma droga, npando de arrast em algo produtivo, mas que no final n? É bem melhor mesmo. Nisso, até podemos concordar.

Mas é que ao ler que a obra é rápida e limpa e que a quantidade de resíduos fica perto de zero é esbarrar em uma construção irônica e utópica.
Brasil, o país do futuro. Ops, futuro que é presente. Brasil, o país que cresce, em demasiada proporção, não tem suporte para viver de obra rápida e limpa. Quer uma verdade, amigão? A maior parte da população, que da um pontapé todos os dias para o crescimento do país, é a população menos favorecida. É ela quem pega e paga três conduções de ônibus para chegar ao trabalho. É ela quem compra fogão, geladeira em tantas vezes sem juros. Logo, é ela quem busca um tijolo aqui e outro ali aonde for mais em conta e constroi o seu puxadinho.
Daí, você acha mesmo que essa população vai ter acesso a sua ecologia? Daí, você acha mesmo que essa população vai ter tempo para entender qual é o melhor posicionamento de uma janela para uma melhor circulação de ar? E não é que essa população é incapaz não. Porque para construir um 'puxadinho', com uma vida sofrida - porque é assim que a maioria vive -, de pouca oportunidade, tem de ser ter muita capacidade. Ou nisso aí, nós não vamos poder concordar?

Seria bom se a Universidade Tecnológica fizesse algo para a população menos favorecida, já que o país do futuro que é presente, não faz nada.

Nada contra a sustentabilidade - menos ainda contra a Universidade Tecnológica -, mas em um país onde para sobreviver o sujeito não tem tempo e nem dinheiro para se portar de tecnologia 'sustentável', é preciso um sustento sustentável mais real e menos ilusório.

3 comentários:

  1. Legal, Tati. Soluções temos muitas, criativas, limpas, baratas. A questão cultural é mais difícil ser mudada, acho até que numa situação de penúria e escassez é que as coisas vão se encaixar nas alternativas e não pela consciência, o que é uma pena. Abraços. Paz e bem.

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  2. É, infelizmente as soluções ecológicas nem sempre são acessíveis.

    As construções de superadobe, por exemplo, muito recomendadas por serem resistentes e de baixo impacto ambiental, são baratas... mas por outro lado, é super difícil encontrar alguém capaz de executá-las, além disso, muitos arquitetos e construtores conservadores tem resistência em implantar o método...

    As vezes o problema é o preço, outras vezes é a falta de popularidade do método, e enqto isso, o mundo vai sofrendo cada vez mais com o impacto da humanidade sobre a natureza, etc e tal.

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  3. Ahh eu fico feliz com essas noticias... como você disse queria eu ter acesso a essas tecnologias e poder executa-las.
    Separar o lixo por exemplo não cai a mão de ninguém e não custa nada, mas tem muita gente que não faz!
    Vamo lá galera, não viemos ao mundo à passeio...

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