quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Foo Fighters de volta ao Brasil!

Foo Fighters volta ao Brasil após 11 anos


Passei a adolescência toda ouvindo "Learn to Fly" e jurando que eu era a garota mais rock'n'roll da escola. Com o passar do tempo o tal Foo Fighters foi ultrapassando a margem de musiquinhas legais para se ouvir no quarto quando não me deixavam ir na festinha de aniversário da amiga ou quando meu pai se aborrecia com o valor da conta telefônica... e acabou se tornando uma das minhas bandas preferidas!

Tudo bem que eu comecei a minha fase quando foi lançado o "There is nothing left to lose", em 1999, e que eu vivia querendo imitar o sonzinho legal da mangueirinha que o Dave Grohl fazia durante a "Generator" e cantar "BreakOut" freneticamente durante o banho... essa não é uma forma muito loucona de se começar a curtir uma banda. Também confesso que queria ser fã de Nirvana, só por causa do Dave, mas acabei virando a fã-de-mentira, ouvindo só as musiquinhas do Kurt que todos ouvem e, claro, tradicionalmente, aprendendo a tocar guitarra com os acordes de Polly e About a girl, que é o clichê musical da faixa etária dos 13 aos 17 anos quando se pretende iniciar uma carreira musical que provavelmente será um fiasco, cuja empolgação dura os sabidos 7 meses.

Enfim, em 2002, já ouvia o "One by One" com mais maturidade, ou seja, com 16 anos (que madura!), e o CD já começava a rodar de forma contínua, com cada música sendo apreciada e fazendo parte das minhas memórias felizes (sair para os pitdogs da vida com a tchurminha) e tristes (os amores sempre não correspondidos). Aí descobri que são tempos como esses que a gente aprende a viver de novo (e que a gente irrita a família toda a repetição teletubiana desmedida de uma música só: a parte da "Times Like These" já estava mega arranhada de tanto rodar em loop infinito).

Em 2005, já universitária, o Foo Fighters me aparece com o CD comemorativo de 10 anos. Tá, digamos que a partir daí que eu comecei a ter uma visão melhor do que era uma banda. E do talento ignorante do Dave. "In your honor" tocava no carro, sem loops infinitos de músicas específicas: o cd todo me impressionava e eu já me irritava quando se lembravam do Foo Fighters por causa de "Learn to Fly", "Times Like These" e "The Best Of You"... começou a fase revoltada: "COMO EXISTEM TANTAS PESSOAS NO MUNDO QUE SÓ CONHECEM AS MÚSICAS FAMOSINHAS, MEU DEUS?"

Nesse momento eu passava pelo interesse maduro (ou seja, sem pregação de postêres no quarto) em conhecer melhor a história da banda, a vida do Dave, as turnês mais marcantes... E depois de muito estudar coisas que não me fariam passar nas matérias da faculdade perdendo meu tempo com a esperança inocente de que talvez em alguma redação de algum concurso pudesse vir uma questão do tipo: "De acordo com a visão de Dave Grohl, explique o princípio da instrumentalidade das formas no processo civil", me acometeu aquele súbito do insuperável.

Parênteses: O súbito do insuperável se trata da crença que temos em apreciar tanto uma obra que começamos a nos deprimir ao concluirmos que é impossível que o artista lance uma obra melhor ainda - seria a conquista do apogeu e a partir de então o declínio - e nosso tempo perdido com o sofrimento por uma coisa tão tchonga como essa, quando na verdade poderíamos nos preocupar com coisas mais importantes, como por exemplo, qual o sabor do miojo a ser degustado na janta ("o ser ou não ser" dos universitários que moram sozinhos, como era meu caso).

Pensei: "ACABOU FOO FIGHTERS. Não tem como ficar melhor que isso." e continuei vivendo minha vida, discutindo com meus amigos que o Dave Grohl já era. Mas o cara era tão foda (digdin digdin), que continuou liderando a banda... e o álbum "Echoes, Silence, Patience & Grace" foi lançado.

No início me deu uma certa raiva, porque eu sofri tanto e argumentei mais ainda sobre o declínio da banda que não aguentava minha própria cara de tacho ao ouvir o cd. Você já ouviu esse álbum todo? É uma ignorância de tão bom! Simplesmente conquistou todas as paradas, obteve as melhores posições nas revistas especializadas pelo mundo todo, e três músicas: "The Pretender"; "Long Road to Ruin" e "Let it die" se mantiveram nos rankings mundiais de melhores músicas até 2008.

Finalmente, em abril deste ano, eles lançaram o "Wasting Time", que já recebeu discos de ouro e platina em vários países, conquistando mais uma vez lugares honrosos em toda a mídia que acompanha o mundo musical. Aos 25 anos de idade, não me surpreendi. Agora sim, realmente madura (que ainda joga The Sims), afirmo com convicção: dia 5 começa a venda de parte dos ingressos (e vou tentar adquirir o meu) para o Lollapalooza... Vou lá cantar "Walk" aos berros e comemorar o fato de que no meio de tanto lixo sonoro por aí, ainda existe uma banda competente em conquistar e manter fãs. E pensar que há 10 anos eu estava tomando conta da sala de casa para gravar (pelo video-cassete!) o Rock in Rio, com o Dave... não quero esperar mais 10 anos para assistir a um show deles, ao vivo.

É, Foo Fighters nunca me decepcionou... e enquanto continuar na estrada, acho improvável que isso ocorra. Conquistei uma paz interior: me curei do súbito do insuperável quanto ao Dave, e agora sim posso viver tranquilamente.

Dramática...










2 comentários:

  1. me fez arrepiar.. não que eu goste assim como você da banda... mas já passei por fases parecida em relação a outra banda. demais!

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  2. É, a trilha sonora da minha vida tem mto de FF também! xD

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