sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mostrando algo além de Luíza, Pinheirinho, Sopa e todas essas revoluções dos últimos dias

Mostra de Cinema de Tiradentes abre espaço para os novos talentos

Como é que vocês estão? É bom vê-los (eu vou acreditando que estamos nos vendo e tudo fica certo) por aqui. Estava eu com muita saudade das nossas conversas, risadas, desânimos (pois nem todos os dias são coloridos). Como sou ruim com números pode ser que eu esteja enganada, mas acho que fiquei um mês sem dar as caras (escrevendo) por aqui. Embora esteja presente com as leituras dos companheiros de viagem. 
Não tem sido fácil, eu sei. Essa velocidade está fazendo com que seja, cada vez mais, complicado manter a sobriedade e seguir seja lá para onde for. Veja bem, os últimos causos abalaram mesmo as estruturas da nossa razão, e como resultado tivemos uns prédios ao chão no rio de janeiro, certo? É, deu até no plantão e quando vem o plantão todo mundo pensa: 'porra, fodeu de vez'. E teve a Sopa, Pinheiro, Luíza, BBB, a senhora aqui da rua de casa correndo atrás dos gatos dela, meus ensaios com minha banda, alguns resultados de vestibular, aquela velha agitação do ENEM e mais mil coisas, né? Porque independente de ser notícia, o mundo continua girando e as pessoas caminhando.

Mas aí, que eu estou um pouco cansada de só ler sobre as maçãs podres, a falta de vergonha dos políticos, os roubos e mortes, a PM que mais assusta que transparece confiança e bla bla bla. Sigo acreditando que não vivemos nessa democracia que todos acham. Mas isso é só achismo meu. Democracia de valor? Vai saber. Não vamos ser tão pessimistas, Anna Cristina.

Então, deixando de lado meu pessimismo quanto ao mundo. Mineira que sou e pertencente a tal realidade, eu queria falar que a cada ano que passa eu me animo em relação a cultura. Tem gente fazendo arte toda hora, nós é que não vemos. E tem essa mostra de cinema em Tiradentes que perpassa por esse caminho cultural. Música, arte, filme, cultura, comida na rua. Quase tudo de graça e se não estiver a fim de gastar é só levar tua pipoca e teu lanche e fica tudo certo. 
Porque existir cinema, teatro nas cidades não significa acesso. O teatro é municipal, mas o senhor mendigo (que deveria ser respeitado) não entra lá, porque esse capitalismo quer manter só a elite (que no final não sabe porra nenhuma) dentro desses lugares. E se você perder a sua arrogância e deixar o senhor mendigo falar, ele vai te mostrar um mundo que você não conhece, o mundo dele, dos olhos dele. Opressão já deveria estar em extinção. E é inegável que o maior acesso que nós temos a algo, todos os dias, são às ruas, ou seja, colocar um tela, emitir um som e esbanjar arte nas ruas é a máxima proximidade que existe entre o senhor burguês intocável e o senhor que é do proletariado. 
Eu não sei para onde nós estamos indo, mas, também, não acho que pode ser para o Canada da Luíza, para os péssimos alojamentos da galera que foi retirada do Pinheirinho, para a opressão que a Sopa quer impor, para a falta de confiança na PM, atrás dos gatos da senhora daqui da rua de casa, ou para o silêncio e a bunda na cadeira diante de tudo que os políticos fazem. Só vai existir valor quando nós deixarmos de valorizar o que temos para valorizar quem somos.
Mostrar cinema na rua é só desculpa, o bom é enxergar a mostra de uma só gente. Fiquem bem, porque nós, ainda, temos muito o que fazer.

Um comentário:

  1. pois ehh... sempre tem coisa boa rolando.
    o negócio é n se deixar desanimar pelas coisas ruins q sempre tao rolando tb
    kkkkkkkkkkk

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