segunda-feira, 19 de março de 2012

Mas e o amor às ovelhas?


Igreja é instituição. Instituição é sistema. Sistemas são operados por pessoas. E é aí que tudo pode desandar. De nada adianta uma escola pública padrão Harvard, se professores insistirem no padrão excludente, desleixado, humilhante dedicado aos estudantes pobres.

Mas o assunto é outro. Os senhores,  homens, ricos, humanos – e mortais, diga-se de passagem – que empunham os cetros de poder das igrejas como um todo, mas da Católica, em pauta, insistem em não reconhecer as necessidades do mundo, os problemas da modernidade e as urgências que a sociedade vive.

Eu sempre pensei que esse poder poderia ser colocado a serviço de um bem maior, que vai além de joelhos sobre o chão, de dízimos, de terços matematicamente rezados. O bom pastor, cuida das suas ovelhas. Dá amor a elas.

É impossível que em pleno século XXI caminhemos com esse atraso que parece não querer se desapegar da cultura punitiva do Antigo Testamento e ignorar os ensinamentos de amor do Cristo. O atual Papa convoca os sacerdotes a combater o que chama de “potentes correntes políticas e culturais que querem alterar a definição legal do matrimônio".

O que é legal? O que é família? E quando não há amor? E quando há violência? Até quando? Até que a morte nos separe?

Não recrimino questão de fé. Longe disso. Tenho a minha. Mas acho que as igrejas têm um grande potencial mobilizador e nesse sentido, deixa muito a desejar. Pra não dizer que vai na contramão da história. Fico imaginando uma campanha pelo uso de preservativos encabeçada pela igreja e quão imenso seria o seu alcance, porque há sim, quem ainda não use por vários motivos, que vão da falta de acesso e conhecimento ao veto religioso.

Por amor às pessoas e para combater efetivamente a graves problemas sociais que a igreja coloca atrás de sua nuvem de incenso, é preciso incluir, respeitar e não corroborar com a onda de violência da qual se utiliza, cotidianamente, a homofobia.

E ouso ainda dizer, sob o risco do apedrejamento, que os senhores que detentores do poder religioso, em suas relações que estamos cansados de saber que existem, também se protejam. Pelo bem do ser humano. Assim seja.

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