terça-feira, 6 de março de 2012

Esses bêbados fabulosos e suas traquinagens maravilhosas



O pessoal fala das drogas pesadonas, que te jogam no fundo do poço, te fazem roubar, matar, aparecer no Datena, dar entrevista no Profissão Repórter, mas esse povo tão puritano provavelmente nunca encheu a caveira de álcool na vida. O álcool é aquela droga legal que todo mundo faz questão de oferecer, que faz o povo fechar a cara quando no bar aquele (a) colega pede suco, e, muito mais do que qualquer coisa no mundo, exige um paladar apurado, um acompanhamento sempre se faz necessário quando se está bebendo.
Por isso que eu sou fã de comida de boteco, ou daquela comidinha que a gente inventa quando se está em casa, seja o bife que sobrou do almoço, seja até torrada com queijo e orégano e o cidadão jurando que está servindo canapé.
A verdade é que, com a cabeça cheia de goró, além do cidadão ou da cidadã começarem a se achar mestres-cervejeiros, sommeliers, (até que se contentem em serem bêbados), ou gourmets, também se é dançarino, cantor, filósofo, cientista político, comentarista de futebol. E daí aparecem as saias justas, as brigas, os micos.
Depois do mito Jeremias José, cada vez mais aparecem candidatos a heróis Brasil afora e depois dos amigos de Formiga (MG) que comeram taturanas, baratas e minhocas, após uma aposta (ao menos não apostaram o toba) que acabou fazendo-os parar no pronto-socorro.
Quando eu imaginava que não apareceria alguém mais pirado, eis que em Maceió um sujeito, não satisfeito em entregar a alma à Santa Cachaça, faz de tira-gosto uma cobra. Como se não bastasse uma cobra verde, uma das mais venenosas serpes do que sobrou da Mata Atlântica. Sorte a dele que a esposa, conhecedora de suas insanidades, já havia chamado uma ambulância e ele não corre mais o risco de abotoar o paletó de madeira.
Por essas e por outras é que eu sou a favor de uma Bolsa-Bebum (pra um país que tem até Bolsa-Presídio é fichinha), que garantiria tira-gosto e bebida de procedência para estes pobres seres que têm poucas opções de lazer. Só assim livraria o SUS, o pobre SUS, para coisas mais sérias.

3 comentários:

  1. Definitivamente, eu detesto quem bebe além da conta.

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  2. Eu tenho uma relação de longa data com o alcool, mas uma relação equilibrada.
    Essa coisa de "beber socialmente" não é bem meu tipo de programa. Até já fiz, mas o preju financeiro e moral às vezes é meio alto...rs
    Ainda assim, por mais que exista uma certa "perda de filtros" sob efeito alcoólico, um indivíduo que faz uma coisa dessas, convenhamos, nem sóbrio deve bater bem da caixola.

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  3. Peripécias de bêbado.
    O interessante e engraçado nessa coisa de encher a cara é que quem já fez um papelão quase sempre reincide(experiência própria). sendo assim, não me surpreenderia se dentro de algum tempo o bebum em questão aparecesse outra vez no jornal sob o título: “homem embriagado, que não se contentou só em engolir, agora senta na cobra”, já que c* de bebo não tem dono. Porque, né?

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