terça-feira, 24 de abril de 2012

Brasileiro no volante, perigo constante

Motorista atropela ciclista duas vezes após discussão no trânsito em Araçatuba
Motorista atropela motociclista após discussão de trânsito em Brasília
Motorista atropela grupo de ciclistas, fere 10 e foge
Pateta: Senhor Andante e Senhor Volante

Vez ou outra eu dizia, brincando, que queria ter uma chave de roda ao lado do freio de mão de meu carro, porque o trânsito brasileiro tira qualquer um do sério e de vez em quando dá vontade de bater em alguns por aí. Como é sabido por muitos, desde a elevação do IPI para veículos importados eu entrei em greve com a indústria de automóveis. Comprei uma motocicleta, fiz um curso de pilotagem, e estou feliz da vida andando sob sol e eventualmente sob chuva por aí. Minha família ficou preocupada, pois como é sabido por todos, motocicletas são os veículos que mais matam no trânsito brasileiro.

Quando subi pela primeira vez em uma moto na condição de condutora desde que fui considerada apta a isso pelo Detran, admito que pensei "Meu Deus, o que eu estou fazendo?", tendo certeza de que a prova do Detran de nada me valeu. Desde que me tornei (de fato) habilitada a conduzir uma motocicleta, passei a observar com um olhar ainda mais crítico e atento o trânsito brasileiro.

Já ouvi dizer que brasiliense dirige mal, goiano, paulista, carioca, mineiro, baiano, catarinense, etc e tal. A grande verdade é que brasileiro, de maneira ampla e irrestrita, é analfabeto de pai e mãe quando o assunto é guiar um veículo seja ele qual for. O problema tem raízes profundas, a começar pelo nosso querido DETRAN, tão eficiente em afanar nossos bolsos com taxas e multas, mas tão complacente com a indústria de motoristas. Toda essa lógica estabelecida contra o cidadão de bem comum, negligencia o quanto um veículo automotor (especialmente o brasileiro) pode ser uma arma fatal.

A insegurança que o processo de habilitação gera no próprio usuário, leva à proliferação de cursos de "Trainamento de Habilitados", que cobram até 300% a mais para fazer o que uma auto-escola deveria ter feito antes, para ensinar o que deveria ser parte da grade obrigatória estabelecida pelo DETRAN.

É assustadora a quantidade de casos no qual pessoas totalmente desequilibradas simplesmente usam seus veículos contra usuários do sistema de trânsito que encontram-se mais expostos - como ciclistas e motociclistas. O mais assustador é o caso de Araçatuba: o atropelador, que não só atropelou propositalmente, como o fez duas vezes, ainda estava em período probatório de sua habilitação, o que indica que seu exame psicotécnico foi realizado recentemente.

Afinal, qual a eficiência do exame  homologado pelo DETRAN? Quantos casos bárbaros seriam evitados se realmente fosse realizada uma perícia no pretendente a motorista? Quão melhor seria o trânsito brasileiro se as auto-escolas, ao invés formassem condutores?

3 comentários:

  1. é falta de respeito e responsabilidade pra todo lado. ontem quase que um filho da puta passa com tudo por cima de mim, o sinal abriu e eu ainda estava no meio da faixa de pedestre. (!@#$%)

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  2. sobre o sistema de formação de condutores do nosso país eu resumo todo meu repudio em um argumento: eu passei!

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  3. ó, mas sobre os psicotécnicos: agora as coisas vão mudar. Será necessário especialização em testes para trânsito, pois tem muito trabalho mal feito por aí!

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