Manchete de Ontem: Bandeirante do Ibirapuera tem unhas pintadas de azul.
Quem
já teve a oportunidade de viajar para algum país do grupo chamado
Primeiro Mundo nota várias diferenças em relação ao nosso
Brasilzão velho de guerra. Uma que sempre me chamou a atenção foi
o fato de que, na maioria das cidades, lá fora, não há grades em
prédios, monumentos e praças públicas, entre outros. Lá é tudo
aberto. E mesmo assim dificilmente você vê estes bens sendo alvo de
vandalismo. Aqui, se você der uma andadinha básica por São Paulo,
verá prédios e grades em todos os lugares, e também pichações
nos andares mais altos (juro que me pergunto como eles conseguem).
Roubaram já não sei quantas vezes os óculos da estátua do
Drummond no Rio, e agora pintaram as unhas do Monumento às
Bandeiras, ali no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Porque aqui há
este desrespeito?
Desculpem
se sou uma ogra desinformada, mas estes vandalismos, para mim, não
são arte. Forma de expressão? Novamente, não capto a mensagem. Os
rabiscos feitos, pintar as unhas de um Monumento, roubar óculos de
estátuas, escrever frases de seu gangue
grupo, olha, para mim isso é tudo uma forma de demonstrar o básico:
continuamos mal educados, e não estou falando do diploma pendurado
na parede.
Quando
vejo o Brasil melhorando nos indicadores sócio-econômicos,
alcançando a posição de sexta economia mundial, percebo o quanto
falta para SERMOS esta posição, e não apenas ESTARMOS nela.
Carregamos na veia muito ainda daquele pensamento tacanho de quando
fomos (?) colônia. Quero me expressar? Dane-se o outro! Invado o
espaço alheio? Problema do que teve o espaço invadido: se se
incomodar, que se mude. Sou phodão deixando minha marca por ai?
Cachorro também faz isto quando levanta a pata para fazer xixi em
poste, sabia? Quero ser visto e conhecido e pertencer a um grupo.
Quero protestar. Quero sair da mesmice, fazer os outros pensar. Não
falo pelo mundo, falo por mim: te acho um desocupado que poderia
muito bem estar carpindo campos e campos por ai. Ou fazendo trabalho
voluntário. Tudo coisas bem revolucionárias, já que poucos os
fazem...
Acho
que já temos problemas o suficiente, daí vem gente e cria mais um.
Ao pedicure do Monumento, imagino que deva estar rindo por ser
notícia nos JN da vida. Aos que roubam placas de trânsito, são
transgressores sujando a cidade e patrimônio alheio e público, como
gostaria que vocês fossem pegos e tivessem que limpar a sujeira
feita. Vejo estas coisas e penso: como podemos cobrar respeito, se
nós mesmos não nos respeitamos?
Penso
se não deveríamos então começar com o básico, e deixo então
aqui uma dica: tente só fazer ao outro o que você gosta que façam
com você. Quer ser O cara frente a seus amigos? Seja voluntário. E
se eles te acharem um babaca, troque de amigos. É na verdade a
melhor coisa que você poderia se fazer...
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