sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pedicure de Estátua

Hoje foi o dia da Dai Andrade dar o bolo. Sorte nossa que a Karina anda super inspirada e escreveu mais um post pro Manchete! Leiam mais posts da Karina no blog Coca-Cola Quente.

Manchete de Ontem: Bandeirante do Ibirapuera tem unhas pintadas de azul.


Quem já teve a oportunidade de viajar para algum país do grupo chamado Primeiro Mundo nota várias diferenças em relação ao nosso Brasilzão velho de guerra. Uma que sempre me chamou a atenção foi o fato de que, na maioria das cidades, lá fora, não há grades em prédios, monumentos e praças públicas, entre outros. Lá é tudo aberto. E mesmo assim dificilmente você vê estes bens sendo alvo de vandalismo. Aqui, se você der uma andadinha básica por São Paulo, verá prédios e grades em todos os lugares, e também pichações nos andares mais altos (juro que me pergunto como eles conseguem). Roubaram já não sei quantas vezes os óculos da estátua do Drummond no Rio, e agora pintaram as unhas do Monumento às Bandeiras, ali no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Porque aqui há este desrespeito?
Desculpem se sou uma ogra desinformada, mas estes vandalismos, para mim, não são arte. Forma de expressão? Novamente, não capto a mensagem. Os rabiscos feitos, pintar as unhas de um Monumento, roubar óculos de estátuas, escrever frases de seu gangue grupo, olha, para mim isso é tudo uma forma de demonstrar o básico: continuamos mal educados, e não estou falando do diploma pendurado na parede.
Quando vejo o Brasil melhorando nos indicadores sócio-econômicos, alcançando a posição de sexta economia mundial, percebo o quanto falta para SERMOS esta posição, e não apenas ESTARMOS nela. Carregamos na veia muito ainda daquele pensamento tacanho de quando fomos (?) colônia. Quero me expressar? Dane-se o outro! Invado o espaço alheio? Problema do que teve o espaço invadido: se se incomodar, que se mude. Sou phodão deixando minha marca por ai? Cachorro também faz isto quando levanta a pata para fazer xixi em poste, sabia? Quero ser visto e conhecido e pertencer a um grupo. Quero protestar. Quero sair da mesmice, fazer os outros pensar. Não falo pelo mundo, falo por mim: te acho um desocupado que poderia muito bem estar carpindo campos e campos por ai. Ou fazendo trabalho voluntário. Tudo coisas bem revolucionárias, já que poucos os fazem...
Acho que já temos problemas o suficiente, daí vem gente e cria mais um. Ao pedicure do Monumento, imagino que deva estar rindo por ser notícia nos JN da vida. Aos que roubam placas de trânsito, são transgressores sujando a cidade e patrimônio alheio e público, como gostaria que vocês fossem pegos e tivessem que limpar a sujeira feita. Vejo estas coisas e penso: como podemos cobrar respeito, se nós mesmos não nos respeitamos?
Penso se não deveríamos então começar com o básico, e deixo então aqui uma dica: tente só fazer ao outro o que você gosta que façam com você. Quer ser O cara frente a seus amigos? Seja voluntário. E se eles te acharem um babaca, troque de amigos. É na verdade a melhor coisa que você poderia se fazer... 

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