Olá, pessoas!
Desculpem o atraso na
postagem de hoje! O texto é da nova autora das sextas feiras, a
Karina, que já escreveu outros posts aqui como autora convidada. A
Dai, que deixou as sextas, continuará com a gente como autora
convidada.
Se você, que nos lê,
gosta de escrever e se sente inspirado por notícias que pipocam por
aí, faça seu texto e mande para o nosso e-mail
manchetedeontem@gmail.com
. A sua participação fará muito bem ao nosso blog!
Agora deixo vocês com
o texto da Karina! x)
o/
Manchete de Ontem: Para coronel, restaurantes têm de gastar com seguranças.
Já
fui assaltada. Mais de uma vez. A sensação é horrorosa, um misto
de impotência com medo e vontade de se vingar. De algo ou alguém,
não importa. Uma das vezes estava parada em um semáforo na região
central de São Paulo, era horário de saída da faculdade (ou seja,
zilhões de pessoas pelas ruas) quando um adolescente de camiseta
vermelha estourou o vidro do passageiro do meu carro enquanto eu
esperava o semáforo abrir. Ele não usou pedra, nada. Apenas a
própria mão. Me lembro do barulho e de ver aquele braço tentando
abrir a porta por dentro, já que não tinha nada no banco para
roubar. Enfim, quem já passou por isto sabe do que estou falando.
Faz
um tempinho já que aqui em São Paulo tem ocorrido arrastões em
restaurantes. Vários da zona sul e agora no bairro de Higienópolis,
região central da cidade e aquele onde a mulher disse ser contra um
metrô por ali porque muita “gente diferenciada” passaria a
frequentar o bairro. Bairro de classe média alta, bem localizado,
possui vários restaurantes famosos. Pois bem, em uma semana uma
pizzaria tradicional da cidade e um restaurante renomado foram
assaltados. Polícia ainda investigando, o que importa é:
paulistanos e aqueles que vem à cidade estão à mercê de bandidos
até durante nossa saidinha sagrada para comer, que aqui é
alimentado com a ideia de que estamos em uma capital gastronômica? É
verdade que teremos que escolher um restaurante pela comida, limpeza
e segurança, conforme sugeriu o coronel no texto ai em cima?
Viver
com medo é cansativo. Você acaba enxergando pelo em todos os ovos
do mundo. Imagina você reunir sua família e, entre uma garfada e
outra, ladrões aparecem e querem tudo e para ontem. Não imagino que
seja algo agradável. Se eu fiquei traumatizada com meu assaltozinho,
penso no que ocorre com quem passa por isso... Vamos fazer o que?
Ficar em casa, como na época dos ataques do PCC? Pedir delivery?
Renato Russo disse em um trecho de Teatro dos Vampiros: “ninguém
vê onde chegamos. Os assassinos estão livres. Nós não estamos...”
Seria uma profecia?
Não
sei qual a solução; em um país onde tudo é urgente, não sei onde
fica o quesito segurança. Com TANTA coisa para ser arrumada, e
detestando gente que só aponta defeito e que não tenta ajudar com
soluções, faço então minha parte, adotando o seguinte modus
operandi:
saio cada vez menos, uso delivery,
chamo amigos para vir aqui ou nos reunimos na casa de alguém. Se vou
a restaurante, escolho o que tem vallet
(o que não significa muita coisa, sei disso) e passarei a
privilegiar os que possuem segurança (também sei que não significa
muita coisa). Cada vez tenho menos liberdade, mas ainda prefiro
adotar estas medidas ridículas (e falíveis) a gastar uma puta grana
com terapia para me livrar do trauma. É a solução ideal? Não, é
a que tem para hoje. Não espero soluções do poder público, espero
remediações. Então faço o que me cabe. E honestamente, creio que
para que as coisas aqui funcionem só implodindo tudo e recomeçando
do zero, porque remendo de tecido velho só gera mais e mais
buraco...
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