terça-feira, 7 de agosto de 2012

Controle Sanitário x Direito dos Animais

Manchete de Ontem:
Centro de Zoonoses de Brasília promove adoção de cães e gatos
Londrina proibe população de alimentar os pombos
Londrina vai sacrificar 50 mil pombos

Eu amo os animais. Temos seis gatos vira-latas lindos, todos adotados, quatro através da ONG SHB, e dois através de uma mulher que não castrou sua gata. Acompanho várias ONGs e protetores dos animais no Facebook, e faço colaborações sempre que posso. Todos os animaizinhos são castrados.

A questão dos animais abandonados e mal tratados de diversas formas me comove, porque são seres não só lindos, de olhar doce, mas inquestionáveis companheiros, inclusive os injustamente chamados de interesseiros gatos.

Se olharmos, veremos em quase todo lugar animais padecendo tanto quanto humanos, sem qualquer recurso, justamente pela forma como a "civilização" lhes tirou o habitat natural, além de lhes trazer outros diversos riscos que não encontravam na natureza, de carros a pessoas sádicas.


Frequentemente vejo manifestações contra os Centros de Zoonoses de diversos municípios, ao mesmo tempo em que acompanho ONGs com superpopulação felina e canina. Vejo animais atropelados, desnutridos, sem qualquer chance de sobrevivência pelas ruas, enquanto eu não os levo para minha casa por falta de recursos, e observo outros ignorarem... 

A castração é um importante recurso no controle populacional, mas a ignorância, ganância e vaidade de muitos a torna ineficiente: quantos por aí não castram seus animais macho porque sabem que não se responsabilizarão pelos filhotes que ele fizer por aí? Quantos não querem ver "os filhotinhos lindos" que seus animais irão gerar, ou querem vender suas crias?

Há ainda a questão dos pombos. Pombos não são aves nativas do Brasil, foram trazidas pelos europeus, e pela total ausência de predadores naturais na América do Sul, tornaram-se um sério vetor de diversas doenças. Pombos se reproduzem em qualquer época do ano, e um casal de pombos gera até 24 pombos em um ano, que viverão entre 3 e 5 anos espalhando de gripe aviária a salmonella a em centros urbanos.
O que fazer, então? Depois de muito pensar, tristemente concluí que é necessário abandonar o romantismo com o qual vemos a causa dos animais. Infelizmente, é impossível controlar a super população das ruas abrindo mão do sacrifício de animais abandonados.

Por mais que hajam protestos contra o sacrifício de animais saudáveis nos CCZ's, não existem recursos para o controle populacional. Um animal saudável na rua, é um potencial animal doente, infelizmente, se tratando de saúde pública, a realidade é essa. Se tratando de direitos animais, um animal na rua é um potencial animal que passará fome, será atropelado ou morto de outras formas horríveis.

A sociedade é responsável pela superpopulação, e infelizmente é necessário que o poder público faça algo a respeito.

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