domingo, 7 de outubro de 2012

Cai a demanda por veículos no país





Quem mora nas grandes cidades do país percebeu o aumento do número de automóveis nas ruas. Com isso, os congestionamentos se intensificaram, e me arrisco a dizer que a qualidade de vida vem diminuindo com o passar do tempo. Nunca entendi muito bem a necessidade imensa que algumas pessoas têm de ter um carro. Melhor dizendo: no nosso país, muitas pessoas têm carro por status, pelo simples desejo de indicar ascensão social para aqueles que fazem parte do seu convívio. Na minha opinião, ter um carro envolve muitos gastos: valor do seguro do carro, combustível mensal, estacionamento e eventuais manutenções. Tudo bem, você aí do outro lado pode dizer que o prazer de chegar no horário em seu compromisso compensa todos os gastos. Mas veja só, com o aumento da compra de carros nos últimos dois anos, quem tem carro também se estressa, também chega atrasado e cansado no seu compromisso. Na minha humilde opinião, usar transporte público traz benefícios (e prejuízos, claro) para a nossa vida. É no transporte público que tenho a possibilidade de ler aquele livro maravilhoso, é lá que ouço os novos álbuns dos meus artistas favoritos. No ônibus que uso diariamente, aprendo sobre tolerância com os famosos "DJs" de ônibus, e ainda posso conhecer novas pessoas, posso dar um sorriso e iluminar alguém que se sentia perdido. É ainda no transporte coletivo que eu rascunho - mentalmente - aquela crônica super legal que só surgiu porque eu estava ali, no ônibus, sendo espremida por outras pessoas.

Ainda assim, eu vejo o carro como um meio de transporte necessário, claro, mas não exclusivo, como algumas pessoas pensam. Uma ideia interessante é dividir o espaço do carro com seus vizinhos, colegas de trabalho, colegas de faculdade. Além de diminuir os custos (dividir o valor da gasolina me parece uma boa ideia), o convívio se intensifica, diminuindo uma grande tendência do nosso mundo atual: o individualismo. Vejo o carro como um problema a partir do momento em que ele intensifica o individualismo nas pessoas. E acredito que o individualismo não deve ser cultivado, já que, querendo ou não, vivemos em uma sociedade plural. Proponho que quem tem carro deixe-o por um dia na garagem. Use transporte público e absorva os aprendizados do dia. Entendo que você gosta do tempo de silêncio e calma que você tem no seu carro, mas acredito que é necessário ver o mundo além disso, além de você.

E o mundo que vai além do carro com ar condicionado é extremamente colorido. Dê a si mesmo mais uma chance de dividir espaço com pessoas desconhecidas, e você verá que esse mundo também é cheio de beleza e de aprendizado.

Um comentário:

  1. Isso mesmo, o carro não deveria ter importância maior que ele tem... Eu tenho carro, mas taí uma aquisição que me dá arrependimento, pois além de ter desistido no meu primeiro teste de direção, eu curto mesmo é me dar ao luxo de pensar enquanto vou e volto a pé para o trabalho. Sempre que saio aproveito as caronas dos amigos ou do meu pai, e não tenho nenhum problema com ônibus, coisas que me fazem motivo de estranheza entre os do meu convívio. "Como assim, você não dirigi?" "Você não tem cara de quem anda de ônibus" "Por que você desistiu de ter habilitação?" "No que você tanto pensa que não quer ficar atenta no trânsito?"
    Não sei como é em outras cidades Brasil afora, mas em Manaus o trânsito é o caos, ruas estreitas, gente mal educada, calor do inferno... Não que o transporte público seja bom, muito pelo contrário, mas enquanto a população tenta resolver seu problema individualmente a coletividade padece.

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