segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Currículo Lattes: o facebook dos intelectuais?


Essa história de vida profissional persegue o indivíduo desde a escola. Ele cresce ouvindo que precisa estudar muito para entrar na Universidade e que quando entrar na Universidade ele precisa estudar muito para ser o melhor e que sendo o melhor ele terá emprego garantido num futuro aí. 
Trabalhando diariamente para esse futuro aí o indivíduo pós aprovação no vestibular, vive a vida de universitário com intensas articulações e construções que o faça durante o curso a criar um bom currículo para que depois ele consiga o tal excelente emprego. O currículo precisa ser cheio de revoluções acadêmicas, sobretudo, quando esse indivíduo quer fazer uma pós graduação e assim por diante.
Tecnicamente isso não seria ruim se o indivíduo soubesse exatamente o que tem feito, isto é, quais são os artigos que tem prontos para serem publicados ou o quão apaixonado ele é pelo estágio/área em que trabalha. O que acontece é que os alunos, de uma maneira geral, ficam tão obcecados com isso de ter o melhor currículo que começam a mudar SOMENTE os títulos de artigos para terem diversas publicações em diferentes lugares, começam a aceitar virar escravos de qualquer professor para conseguir em QI (quem indica) lá na frente, consideram os demais colegas inimigos de estado que poderam acionar uma bomba a qualquer momento para roubar suas ideias e seus projetos, assumem ideais de professores e brigas, esquecem de valorizar as aulas e cada vez mais ficam especialista durante a própria graduação. Devo, ainda, mencionar o fato que rechear o currículo lattes é o capitalismo intelectual? Claro, porque esse indivíduo que quer publicar, que quer frequentar evento científico precisa pagar por tal. O que mais uma vez confirma o quanto a democratização do ensino é pequena, visto que não existe uma maioria de alunos que possuem condições de arcar com tais gastos. Enfim: quando será que a mudança no sistema educacional começará a ser feita?

2 comentários:

  1. Titi li todo seu texto e depois fui ler todo o texto do Marcelo.
    na verdade eu nem sabia q artigos eram publicados de graça, essa coisa acadêmica é uma realidade tão distante da minha faculdade estadual de goiás q nunca me veio à cabeça tal questionamento.

    ou seja em alguns anos teremos o prómes ou o prodot
    governo financiando alguns para q consigam vagas em mestrado e doutorado...

    ResponderExcluir
  2. Essa de proliferação descontrolada de artigos é muito prejudicial à ciência e ao conhecimento. Há vários, que li ou que vi fazerem, tratando apenas de comentar passagens de outros trabalhos com conclusões pífias.

    ResponderExcluir