Inspirado em: http://migre.me/3Si5i
Este post não falará exatamente do livro e da entrevista tratados no link acima. Quero aproveitar o tema em questão para abordar outro aspecto do mesmo.
Acredito que todo mundo alguma vez já falou ou pelo menos ouviu alguém falar a seguinte expressão: "Mulher é tudo igual!" ou "os homens são todos iguais!"
Será mesmo?
Decerto eu seria o último a negar peremptoriamente o fato de que cada gênero tem suas próprias características, comuns a todos os membros do seu respectivo sexo. A psicanálise nos ensina que realmente a constituição psíquica de cada sexo tem suas diferenças, peculiaridades e idiossincrasias. Portanto, sim, o universo masculino e o feminino têm, respectivamente, maneiras próprias (e diferentes em relação ao outro) de lidar com a vida, o amor e o sexo oposto.
Apesar da psicanálise corroborar - e eu admitir - esse fato empírico, o meu questionamento é: podemos generalizar SEMPRE e dizer que TODOS os homens ou TODAS as mulheres, sem exceção, são iguais?
Não sou dono da verdade e não pretendo que meu ponto de vista seja o único válido e aceito por todos, mas, na minha perspectiva, a resposta é "não". Não dá para generalizar desse jeito. Muitas vezes, tais afirmações são feitas por pessoas que sofreram alguma(s) decepção(ões) repetitiva(s) com o sexo oposto.
Da minha parte, acredito que generalizações radicais, rígidas e contundentes desse jeito são um equívoco. A despeito do conjunto de comportamentos estereotipados típicos a cada gênero, há que se levar em conta a singularidade de cada indivíduo. Singularidade essa intimamente relacionada à sua história de vida, suas experiências com os pais (ou com quem exerceu as funções parentais) e suas características inatas.
Portanto, quando surgir em nossa vida uma nova pessoa do sexo oposto, tentemos dar-lhe uma chance para que ela mostre a pessoa única, individual e intransferível que ela é; pensemos duas vezes antes de projetar nela todas as nossas experiências, frustrações, mágoas e decepções que tivemos com os outros exemplares da espécie.
Só uma observação em relação à reportagem. A introdução é tão tendenciosa, é tão o que o autor acha que tive uma imagem absolutamente pejorativa em relação a psicanalista, até que li a reportagem e entendi qual o foco que a psicanalista quis dar.
ResponderExcluirSeu texto, concordo com você, acredito que a despeito de nossas enormes semelhanças, não se pode colocar tudo "num saco" e dizer que é tudo a mesma coisa. Há sim, particularidades.
bjo
Só podia ser um homem a escrever isso, neh?
ResponderExcluirJá disse Freud que ser homem ou mulher não é questão do sexo anatômico, mas uma construção.
ResponderExcluir(não com estas palavras, é claro...rs)
Adorei seu texto. Muito pertinente!
É por essas e outras que não sou a favor das generalizações radicais.
ResponderExcluirMas acho que sofrer decepções repetitivas com o sexo oposto é bem coisa de quem gosta de homens...haha
Difícil manter a esperança nesses casos.
Mas eu penso duas vezes, do jeito que tu disse aí.
;)
Concordo com você em parte; acredito que dar uma chance para a pessoa se mostrar quem realmente é, de certo modo é bem pertinente, mas isso não significa que devo ignorar toda experiência adquirida com "pessoas erradas".
ResponderExcluirPs.: Parabéns pelo post!
@ChrisRibeiro
Concordo!
ResponderExcluir(tirando eu e meu irmão gêmeo)
somos todos diferentes.
rs
Boa, Paulo.
Excelente abordagem, Paulo. O pior é que muitas pessoas generalizam esquecendo que, cada qual, tem suas particularidades. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirMuito pertinente o seu texto Paulo, principalmente, no mundo em que vivemos hoje.
ResponderExcluirPara mim, a generalização também é uma forma de preconceito.
Parabéns.
Entendo que as pessoas tendem a achar "igual" e "repetitivo" aquilo que as deixam tristes e/ou frustradas.
ResponderExcluirDificilmente encontraremos alguém dizer que fulano é igual a beltrano por características positivas. Na maioria das vezes tal discurso só ocorre em situações negativas/dolorosas. Este é um terreno fértil para encontrarmos na generalização a saída mais cômoda para algo que, muitas vezes, tem a nossa participação ativa no que não é bom.
Parabéns pelo texto, Paulo!
Só acha que todos são iguais quem tem preguiça de distingui-los.
ResponderExcluirSó acha que todos são diferentes quem é nascisista.
No fundo todos tem algo em comum, e todos tem suas marcas própias.
Ah!! Já tinha lido esse artigo!
ResponderExcluirConcordo: "generalizações radicais, rígidas e contundentes desse jeito são um equívoco"
É diferença que nos torna singulares e insubstituíveis, ainda bem!
Toda e qualquer generalidade é equivocada, a meu ver. Diria até mais, é desrespeitosa.
ResponderExcluirAté indivíduos do mesmo sexo diferem em suas particularidades. Portanto, é sempre uma grande tolice generalizar.
Concordo com o Paulo quando ele diz que “pensemos duas vezes antes de projetar nela todas as nossas experiências, ...”
Creio que é como projetamos ou depositamos nossas experiências e expectativas uns nos outros, ou reagimos a elas - e digo isso em todas as situações do cotidiano – que nos torna ímpares.
O lidar com essas diferenças é o grande barato. É o que torna a vida menos chata de se viver.
Adorei o post. Um dos meus temas preferidos de discussão. :)
Parabéns, Doutor!
Concordo plenamente com você, Paulo. Um texto bem reflexivo e de muita sabedoria. Também penso da mesma forma, somos seres únicos, ainda bem rs!
ResponderExcluirCada um tem sua forma de pensar, de viver... Cada um tem sua fragilidade, loucura, medos e mazelas. Como você colocou muito bem "pessoa única, individual e intransferível..."
Brilhante!
Beijos!
Ser diferente é o grande barato, mesmo que nos parecemos, hahahaha!
ResponderExcluirAbraõs.
Será? :)
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