domingo, 5 de junho de 2011

Dos Luxos

Garrafa de champanhe de 200 anos é vendida por 30 mil euros

Meu desejo pode valer mais que minhas economias.
E se já as chamo de economias,
talvez eu não possa bancar o meu desejo.

Busco maneiras de fazer acreditar
e de eu também acreditar que
dinheiro não é tudo.
Mas não preciso pensar tanto pra concluir que
coisa nenhuma é tudo.
O tudo abrange e pressupõe conjunto.

Se as cédulas me trazem felicidade,
não é só a elas que devo meu sorriso.
Se as cédulas me trazem deixam triste,
não é só a elas que devo minhas preocupações.

Minha matemática é limitada para certas quantias
e alguns números nem desejo ultrapassar demais,
pois me trazem outras preocupações.

Quero a quantia que me conforta e me permite respirar.
Quero o meu luxo,
mesmo que não seja luxo aos olhos das outras pessoas.
Mas não sou do tipo que importa,
ou que se importa.
Se tenho meu luxo - que ninguém saiba ou imagine -
estou completo e realizado.

Se meu "luxo" me completa,
que teus luxos completem tuas lacunas.

5 comentários:

  1. Cada qual na sua concepção do que seja a felicidade alcançada pela grana. Muito bela a prosa poetizada. Meu abraço. Paz e bem.

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  2. "Não quero luxo nem lixo
    Meu sonho é ser imortal
    Meu amor!
    Não quero luxo nem lixo
    Quero saúde prá gozar no final"

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  3. Óia, até poesia agora tem no Manchete! Mandou bem mesmo, Flavitcho. E com o complemento da Laila, ficou perfeito *_*

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  4. que me conforta, que me permita respirar

    =)

    gostei!

    beijo

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