quarta-feira, 9 de maio de 2012

Fala, fala o tempo todo, mas não tem nada a dizer.

Manchete de Ontem:
Envolvido em chacina em Doverlândia sofre queda de helicóptero
Suspeito de degolar 7 morre em queda de helicóptero

Quer me irritar? Comece a falar coisas sem nexo.

Ontem eu estava acompanhando as notícias sobre a queda do helicóptero em Piranhas (GO), aquele da polícia que estava investigando a chacina que ocorreu na fazenda em Doverlândia (GO) - em que um único homem declarou ter matado sete pessoas. Detalhe: ele as esfaqueou. E degolou. Além de pensar na barbaridade do crime, eu fico cá com meus botões pensando em como ele é pretensioso em querer que acreditem que ele, sozinho, deu conta de fazer todo esse trabalho sangrento, como se as vítimas esperassem calmamente em fila a sua vez de ser morta. Enfim.

Nas redes socias só se comentava sobre a queda do helicóptero. A maioria do pessoal dizendo "perdemos ótimos profissionais". Eu não os conhecia, por isso não posso dizer se são ótimos, mas foram bons para passar no concurso, então a esperança é que sejam realmente bons e honestos. Mas não me agrada muito o costume de endeusar as pessoas que morrem sem que as conhecessem. Eles morreram, trágico. Talvez se eu os conhecesse, também sentiria mais do que já sinto, e talvez pudesse dizer o quão bons realmente eram, mas eu não os conhecia. Eu achava que o Demóstenes era legal, honesto e olha no que deu.

Não me levem a mal, não estou dizendo que sou insensível quanto as mortes, porém acho desrespeitoso que a galera que nem conheça direito as pessoas que morrem, comecem a ficar falando coisas sem fundamentá-las. Quer me irritar? Tenha uma opinião e a preguiça, ou a impossibilidade, de fundamentá-la. "É porque é" não cola.

Além do mais, me irritei ao ler que se não fosse por causa do tal Aparecido (o "principal suspeito"), todo o pessoal que faleceu ainda estaria vivo. Olha, eu não sou a mãe Diná e não posso prever. E acho pouco provável que alguém tenha esse poder sobrenatural de vidência, então não posso dizer com convicção que eles ainda estariam vivos, mesmo porque a gente cresce ouvindo a máxima do "quando é o dia, não tem jeito, morre mesmo". Ao invés de todo esse burburilho nas redes, eu fico preocupada é com o andamento do caso. Sim, fico em luto pelas mortes que ocorreram, só que me preocupa a continuidade das investigações.

Obviamente, não foi esse cara sozinho que degolou todo mundo. E o meu medo é que, agora, com essa nova tragédia, se perca o fio da meada que conduziria à solução desse crime bárbaro. Foi um crime chocante, a polícia deve investigar e mais, tem a obrigação de descobrir a real motivação que levou nesse episódio sangrento revoltante. Não foi um simples assassinato, gente. Equivaleu ao "Matteucci". 

Com o falecimento do "principal suspeito", tenho medo de quem esteja por trás ria das consequências do destino que fez calar eternamente quem muito sabia e, espero eu, arder no mármore do inferno. A polícia tem que investigar.

Quanto ao helicóptero, até então, como vemos, pareceu ser uma fatalidade (mas e se não foi?). Eu quero a punição dos culpados. Mas punição efetiva para inibir a sociedade desse comportamento.

Resumindo, existem questões bem importantes que vão sendo esquecidas pelo sensacionalismo que acaba tomando conta da galera que adora falar só por falar.

Quer me irritar? É só começar a dar importância ao grosso. E esquecer do refinado.

Um comentário: