Brasileiro tem dessas coisas: se
não for campeão, não vale nada. Aqui só valorizamos o primeiro lugar, não “o
primeiro da lista de perdedores”. Não temos aquela coisa da competição descarada
e o “vamos ganhar a qualquer custo” estampado na testa como outros países, mas
temos esta cultura de só valorizar o topo. Ser segundo ou último, honestamente,
não muda muita coisa.
O cara já foi campeão mundial,
ouro na última olimpíada. Na de 2012, ganhou “só o bronze”. Chora como se fosse
derrotado (ok, ele tem os motivos dele), mas todos noticiam que ele é agora SÓ
bronze. Que ele chegou SÓ em
terceiro. Que isso, que aquilo. Me diz se isto não é baixa
autoestima?
Meu pai sempre falou de um
boxeador brasileiro que foi o segundo do ranking durante todo o período em que
competiu. Só que o primeiro era imbatível (não me lembro, mas era como se o
primeiro fosse o Muhammad Ali). O campeão e dono do primeiro lugar era hors-concours, sabe? Pois bem, cansado
de não ser valorizado por aqui, o boxeador brasileiro se naturalizou belga ou
francês (tô ruim de memória gente, desculpa a tia) onde mal conseguia andar nas
ruas, mesmo depois de se aposentar. Lá ele era/é ídolo. Aqui, era o perdedor número
um. E perdemos um puta dum competidor por causa do nosso complexo de
inferioridade. Triste.
Sempre me baseei pelo princípio
de fazer o meu melhor. Dar o meu máximo. E isto me basta. Se o meu máximo me
levar apenas longe, mas nunca ao topo, olharei para trás e aplaudirei cada
passo dado. Se isto me torna uma perdedora por não estampar o ouro no peito,
mais uma vez vejo que nasci no país errado. E triste um país que não valoriza
nada além do primeiro lugar. Só com muita terapia mesmo... Ou (re)nascendo de
novo.
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