segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ortotanásia ou Eutanásia

Manchete de Ontem: Paciente pode escolher

O Conselho Federal de Medicina CRM por meio da resolução 1.995/2012 publicou nesta sexta, que pacientes sem possibilidade de recuperação podem optar por ter, ou não ter, tratamento. Denominado Atestado Vital.

O que isso significa?

Que finalmente o paciente vai decidir o que ele quer pra vida dele ou pra morte dele!
Assim como decide em comer frango ou carne, pegar ônibus ou metrô, vestir blusa azul ou vermelha, agora ele decide como quer morrer.

Nos EUA isso acontece há mais de 100 anos, a gente vê no Dr. House.

A ortotanásia é a escolha do paciente pela morte natural, sem interferência de parelhos e medicações.
Desfibrilador, respirador artificial, quimioterapia...
O paciente lúcido assina um documento feito pelo médico sem nenhuma testemunha, e atesta que não quer mais receber tratamento por estar em caso terminal.

Agora isso aí eu não entendo, caso terminal?
Sem possibilidade de recuperação?
O que é uma doença sem possibilidade de recuperação? 
Quem definiu que não existe recuperação? 
Olha o tamanho da brecha dessa decisão!

O médico diz pra você que você está em caso terminal, você assina um papel dizendo que quer passar os últimos dias em casa com a família e o médico pode ir feliz pra casa sabendo que não vai levar um processo nas costas uma vez que o paciente consentiu com a falta de tratamento. Como se o paciente fosse graduado para concordar ou discordar com as decisões médicas. Como se o paciente mesmo lúcido estivesse em condições psicológicas de tomar uma decisão dessas...

Pra mim é sim um tipo de eutanásia. Ou seja, ILEGAL!
Não consigo imaginar, como um conselho médico pode criar leis que vão contra a constituição.

2 comentários:

  1. Essa é uma questão que merece muita discussão. O problema é que no Brasil pouca coisa é realmente discutida e informada como deveria.

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  2. O assunto é complexo, mas acredito que não podemos também sair responsabilizando os médicos por tudo.
    Infelizmente, as vezes não há mais nada a ser feito, e nesses casos não há sentido manter o paciente internado. Como no Brasil não existe a cultura de cuidados paliativos, que é o tratamento de pacientes sem perspectiva dentro do hospital com uma qualidade de vida mais saudável, acho que a internação realmente perde o sentido.
    Uma pessoa que muito amo está nessa situação, e provavelmente irá para casa essa semana. Não há tratamento algum, a família nem precisou assinar termo algum... Mas o fato é que 1 mês no hospital, não cura ninguém, quando não há tratamento algum.
    E se nos resta apenas a espera, porque não esperar no nosso lar? O ambiente do hospital é horrível, ninguém se sente bem lá...

    Enfim, assunto complexo... Depende muito do médico envolvido e talz, mas acredito que é uma opção que deve sim ser oferecida ao paciente.

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