sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Um filme ruim e o "respeito" pela religião


Um filme ruim e ofensivo que causou a morte de várias pessoas e muita destruição. Foi isso que aconteceu, resumido em uma frase. Um filme ruim e mal feito, de extremo mau gosto, como tantos outros que existem por aí. Com uma significativa diferença: seu tema central envolve a religião que, atualmente, responde de forma mais agressiva a quem discorda dela, o Islamismo. 

Abaixo, o trailer do filme ruim em questão:



Infelizmente, religião é um tema considerado delicado. Deve-se ter cuidado ao questionar fé, crenças, rituais e todas as suas implicações na sociedade. É considerado delicado porque "respeitar" religião é uma convenção social, é o que se deve fazer, é o "certo". E o que é respeito? E o que é tolerância? E por que devemos ter infinitamente mais "respeito" ao questionar a influência da religião na sociedade que temos sobre qualquer outro tema? Não importa quantos sofram, morram ou sejam injustiçados. Religião não se discute.  A moral religiosa é superior e pronto. Guarde sua opinião para si. 

Citarei abaixo um discurso de Douglas Adams, transcrito por Richard Dawkins em seu livro Deus, um Delírio, que diz o suficiente:


“A religião [...] tem determinadas ideias em seu cerne que denominamos sagradas, santas, algo assim. O que isso significa é: "Essa é uma ideia ou uma noção sobre a qual você não, pode falar mal; simplesmente não pode. Por que não? Porque não, e pronto!". Se alguém vota em um partido com o qual você não concorda, você pode discutir sobre isso quanto quiser; todo mundo terá um argumento, mas ninguém vai se sentir ofendido. Se alguém acha que os impostos devem subir ou baixar, você pode ter uma discussão sobre isso. Mas, se alguém disser: "Não posso apertar o interruptor da luz no sábado", você diz: "Eu respeito isso". Como é possível que seja perfeitamente legítimo apoiar o Partido Trabalhista ou o Partido Conservador, republicanos ou democratas, um ou outro modelo econômico, o Macintosh e não o Windows — mas não ter uma opinião sobre como o universo começou, sobre quem criou o universo [...] não, isso é sagrado? [...] Estamos acostumados a não questionar ideias religiosas, mas é muito interessante como Richard causa furor quando o faz! Todo mundo fica absolutamente louco, porque não se pode falar dessas coisas. Mas, quando se analisa racionalmente, não há nenhuma razão para que essas ideias não estejam tão sujeitas a debate quanto quaisquer outras, exceto o fato de que, de alguma forma, concordamos entre nós que elas não devem estar.”

Douglas Adams disse. Eu respeito.



Um comentário:

  1. Eu tenho vários amigos muçulmanos e conversei com eles sobre isso...
    Como vc disse religião não se discute, mas se você quiser mesmo assim fazer sua crítica, aguente as consequências...

    e bummm explode a embaixada...

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