quarta-feira, 14 de novembro de 2012

À Flor da Pele

"Faria tudo de novo", diz rapaz que atropelou ladrões para salvar o pai.


Conheço muita gente que bate no peito e sempre diz que faria assim ou assado dependendo da situação. "Ah, se eu fosse assaltado eu dava umas porradas no bandido", etc. Na hora do vamos ver, sei de gente que literalmente borrou as calças, quem teve crise de choro, quem congelou, quem saiu correndo, quem gritou, quem calou... Em comum a maioria não fez nada do que acreditava fazer. Já reparou como isto é comum?


Só que ai você vê algo de ruim ocorrendo com alguém que você ama. Imagina o moço daí de cima, que viu o carro em que o pai estava levando tiro de umas pessoas em uma moto. Ele mesmo diz que não pensou em nada. Ele simplesmente... acelerou o carro e atropelou os caras. Ele poderá até responder por lesão corporal (alô advogados, é duro engolir esta né? O cara defende o pai e pode até sofrer consequências por isto.. mas enfim, a culpa não é de vocês que eu sei, é das leis que permitem este tipo de coisa... De qualquer modo, vamos acompanhar...) mas a questão é: e se fosse com você? E se você visse um amado apanhando e você tivesse na mão uma faca porque naquele momento você descascava uma laranja? 



Quando o emocional atropela o racional a coisa fica complicada, para não dizer inviável. E perigosíssima. Você fica cega, surda e muda. Você FAZ, depois vê o que fez. Acredito nisto. Já estive em situações onde, olha, acho que anjos/demônios me pararam, porque naquela hora eu poderia fazer merda. Não fiz, e agradeço por isto. Mas a partir daquele segundo em minha vida eu entendi aquela coisa de "sob forte emoção". Não era eu. Eu não pensava. Olhando agora para trás vejo a sorte que eu tive de não ter feito o que eu queria na hora...



Perdi o foco. Volta aqui e não desiste de mim. Acho que no fundo quero dizer que ando meio preocupada nestes tempos atuais onde todos tem os nervos à flor da pele. Isto gera reações emocionais, logo, descontroladas. Uma simples discussão sobre uma tonalidade de cor pode virar assassinato. Música alta na porta ao lado, risada fora de hora, trânsito com calor. Tudo deixa o emocional mais mode on. E o resultado disto nem sempre pode ser positivo... E eu, por ser grande, tenho medo de virar alvo aleatório e, pior, estar na hora errada no lugar errado e pagar um pato alheio. Você não?

Um comentário:

  1. cortei o "se fosse eu..." do meu vocabulário, karina. a gente nunca sabe mesmo.

    excelente texto.

    beijosegundeiro.

    iza =)

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