sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Calma, cara




Acho muito interessante viver em uma era crucial de mudanças de comportamento em relação à privacidade. As pessoas estão tentando  se adaptar à vida virtual, esbarrando em limites, criando critérios e, claro, cometendo erros que são resultados inevitáveis de suas tentativas. Não há exatamente uma regra do que é certo ou adequado e muito menos legislação específica sobre isso. Assim, as pessoas tentam aproximar o comportamento virtual do senso comum que sempre esteve por aí no mundo real, que também não é tão claro e simples assim.

É tudo muito rápido, instantâneo e incontrolável e não, nem todo mundo tem a noção real disso. Mesmo quem está conectado 24 horas a todas as redes sociais, usa vários gadgets e se julga pleno conhecedor do que a internet é capaz, talvez não entenda perfeitamente esse poder. Mas quem vive em primeira pessoa um fenômeno como o do vídeo do Nissim Ourfali percebe isso claramente, compreendendo ou não. E, com certeza, não é fácil lidar com uma situação assim.

É válido e importante pensar nos efeitos que isso teve na rotina do garoto pré-adolescente e em sua família. Ser o alvo da piada é complicado e há diversas formas de lidar com isso e isso depende de fatores que vão além do contexto e da proporção que a situação teve. Por outro lado, é bom lembrar de histórias como a do  grande hit Bed Intruder Song. Para quem não conhece, tudo começou com uma reportagem num noticiário sobre uma tentativa de estupro em um bairro pobre em Huntsville, nos EUA. O irmão indignado da vítima falou às câmeras e expressou sua revolta com a invasão de sua casa. Acontece que esse irmão era uma pessoa de aparência e trejeitos, digamos, um pouco peculiares. Um grupo de humoristas de um canal do YouTube transformou a história em música com o Auto-Tune e o vídeo instantaneamente virou um fenômeno. Antoine Dodson, irmão da vítima e alvo da piada em questão, entrou na onda e acabou ajudando sua família humilde com o dinheiro que veio da venda da música no Itunes, iniciativa que partiu do grupo de humoristas.  

Como todos sabem, foi a própria família do Nissim que postou espontaneamente o vídeo no YouTube. O resto é História. O resto pertence à internet. E a internet é um organismo vivo, gigante, faminto e ágil e, por isso, tão sensacional. Por esse exato motivo, é bom pensar nas consequências que virão do “alimento” que damos a ela. Estamos todos aprendendo a lidar com isso, cada um em seu ritmo, e ninguém consegue prever onde isso vai dar. 

E, nessa situação, há duas opções: hide your kids, hide your wife ou aceitar a piada e rir da própria cara viralizada na internet.


Fonte: TecMundo


4 comentários:

  1. Eu me pergunto o quão estupido alguém deve ser por achar que a internet é um ambiente controlável, quando vão entender que publicar algo é o mesmo que colocar letreiros luminosos em cada rua do planeta com sua foto, vídeo, comentário, ou seja lá o que for que você fez de errado. Quem expõe publicamente a própria vida na internet não tem direito algum de reclamar das consequências, de tempos em tempos aparecem casos desse tipo e é sempre a mesma historia "eu queria mostrar só para os meus amigos, mas o mundo todo viu e agora estou chateado".

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    1. E geralmente usam a própria ignorância como argumento de defesa, dizendo "ai, mas eu não sabia que isso poderia acontecer comigo".
      Eu me divirto =B

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  2. E em tudo isso não houve a opressão direta do Grande Irmão (ainda). Entrou-se nessa por vontade, de exibicionistas a vigiados. Excelente, Barbie.

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  3. nem sei quem é esse, o que ele fez, mas se virou isso tudo, se fudeu mas ganhou uma graninha, menos mal kkkkkkk

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